Pandemia

Nova subvariante da Ômicron é encontrada em Minas; pacientes participaram de evento no Rio

Clara Mariz
@clara_mariz
11/05/2022 às 19:23.
Atualizado em 11/05/2022 às 19:56

Uma nova subvariante da Ômicron, mutação da Covid-19 descoberta em novembro de 2021, foi detectada pela primeira vez no Brasil, na última segunda-feira (9). A BA.2.12.1, que é predominante nos EUA, foi encontrada em Minas após um grupo de três pessoas participar de evento internacional no Rio de Janeiro (RJ).

A identificação da nova linhagem da Covid foi feita pelo CTVacinas, laboratório da Universidade Federal de Minas (UFMG) que participa do grupo de vigilância genômica da doença no Estado. De acordo com a professora titular da faculdade de Farmácia da UFMG e coordenadora de diagnósticos da Rede Vírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Ana Paula Fernandes, a nova subvariante da Ômicron é 30% mais transmissível do que as outras.

Apesar de a descoberta ter sido confirmada na última segunda, a professora explica que as autoridades não podem descartar a possibilidade de que a subvariante já estivesse circulando no país.

Segundo Fernandes, a confirmação de qual tipo de variante é responsável por determinada infecção depende de sequenciamento do genoma do vírus e, em Minas, isso se dá a partir de amostras retiradas de pessoas com diagnóstico positivo, mas não são todos os testes que passam pela análise de DNA.

A coleta de material do grupo que viajou ao RJ foi feita na última quinta-feira (5) e o sequenciamento iniciado já na sexta (6). As pessoas contaminadas com a BA.2.12.1 tiveram apenas sintomas médios e brando e seguem isoladas.

O que muda?
Mesmo sendo mais transmissível que suas "irmãs", a nova subvariante da Ômicron, até o momento, não tem gerado aumento no número de casos graves ou de mortes por Covid-19. Porém, conforme a pesquisadora da UFMG, isso só é visto em pacientes que estão com o esquema vacinal completo.

"As vacinas, até o momento, estão conseguindo ter eficácia imunológica contra as variantes já existentes da Covid. Mas estamos tratando de um campo 'desconhecido' e pode ser que surja uma variante que quebre a imunidade causada pelas vacinas. Não podemos tratar como se fosse uma gripezinha. Sempre existe o risco", disse Ana Paula Fernandes.

Assim que os três casos foram identificados, a Secretaria de Estado de Saúde e o Ministério da Saúde foram notificados.

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