
O padre José Carlos Pereira, da Paróquia de São Benedito, em Santa Luzia, na região metropolitana, foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de importunação sexual e assédio contra, pelo menos, 11 mulheres.
O inquérito, que tramitava sob sigilo de Justiça, foi concluído nesta sexta (28) pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher no município.
As denúncias contra o religioso começaram em outubro do ano passado com relatos de abuso sexual de mulheres que trabalhavam em dois colégios e uma faculdade de propridade do sacerdote.
Por 30 anos, o religioso foi o responsável pela Paróquia de São Benedito, em Santa Luzia, onde é muito conhecido pela comunidade.
Uma das 11 vítimas ouvidas pela polícia contou que trabalhava na igreja e que os abusos aconteciam na sala e na garagem da casa paroquial. Foram, segundo a funcionária, pelo menos 50 vezes, quando estava sozinha com o padre. De acordo com o depoimento, o pároco passava as mãos pelo corpo dela e a beijava à força.
Outra vítima que trabalhou por dois anos em um dos colégios do padre contou aos policiais que ele aparecia sempre quando estava sozinha. A mulher denunciou que foi abusada por um ano com beijos forçados e toques pelo corpo.
A pena por assédio sexual, constragimento com objetivo de obter vantagem ou favorecimento sexual pode chegar a 10 anos de prisão. A pena aumenta para até 18 anos quando o crime é praticado contra um menor.
Já a pena por importunação sexual e prática de ato libidinoso sem autorização pode variar de 1 a 5 anos de prisão.
Afastado
Mesmo depois do início das investigações, o religioso continuou atuando como padre. A Arquidiocese de Belo Horizonte chegou a informar que José Carlos havia sido afastado, mas depois voltou atrás.
Em nota, nesta sexta, a Cúria Metropolitana de Belo Horizonte informou que o padre está afastado das funções sacerdotais até que seja concluído o processo de investigação das denúncias.
Além do processo civil, a nota informa ainda, que a igreja vem conduzindo o processo canônico, em busca da verdade e da justiça.
Procurado, o padre José Carlos Pereira informou que não vai se pronunciar.
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