
Dezoito reclamações sobre o transporte coletivo são registradas diariamente em Belo Horizonte. Descumprimento do quadro de horários, superlotação e conservação precária dos ônibus são as principais queixas. Passageiros criticam que, em meio à má prestação do serviço, terão que pagar ainda mais caro nas passagens nos próximos dias.
A Prefeitura de BH já informou que irá reajustar a tarifa, conforme determinação da Justiça. O novo valor e a data de vigência ainda não foram definidos. No entanto, a expectativa das empresas é que o preço dos bilhetes passe dos atuais R$ 4,50 para R$ 5,85, aumento de 30%.
Quem depende dos ônibus para trabalhar, estudar, ir ao médico e outros compromissos está indignado. Para os passageiros, o aumento é abusivo e não condiz com o serviço prestado. “É raro fazer uma viagem sentado”, conta o cabeleireiro Geraldo Magela, de 65 anos, que diariamente utiliza estação Vilarinho, na região Norte, para se deslocar.
A demora também é criticada. “Geralmente, a espera pelo coletivo é de 15 minutos, mas nos últimos tempos, a média passa dos 30, 40 minutos”, lamenta. Só no ano passado, 863 reclamações sobre o descumprimento do quadro de horários foram feitas na metrópole.
Outra queixa recorrente é com relação à lotação dos veículos. A diarista Helena Pereira, de 45 anos, trabalha em diversas regiões de BH. Ela, que usa várias linhas de ônibus, afirma que as condições são as mesmas onde quer que vá. “Chega um momento no qual simplesmente não dá pra se mexer dentro do ônibus. Com isso, já chego cansada ao trabalho”.
Punição
Por nota, a BHTrans informou que 6.818 reclamações foram feitas em 2021 - número 23% maior se comparado a 2020. Os dados dos primeiros meses deste ano não foram disponibilizados. Ainda conforme autarquia, 254 mil multas foram aplicadas de 2008 a 2021.
Questionado sobre as reclamações dos passageiros, o Sindicato das Empresas de Transporte e Passageiros (Setra-BH) não se pronunciou. Sobre o reajuste na passagem, o presidente da entidade, Raul Lycurgo Leite, disse que o valor leva em consideração o período entre 2018 e 2021, quando a tarifa ficou congelada.
“As empresas vão voltar a operar dentro de uma certa normalidade, conseguindo comprar diesel em maior volume, conseguindo ofertar mais viagens”, avaliou, considerando que, atualmente, o serviço está limitado ao quanto se arrecada.
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