O reajuste nas passagens de ônibus em Belo Horizonte, solicitado pelas empresas à prefeitura, pode deixar a tarifa do transporte público 30% mais cara que a gasolina. As concessionárias querem que os passageiros paguem R$ 6,90 para se deslocarem na capital. Já os motoristas precisam desembolsar R$ 5,23 pelo litro do combustível.

O Hoje em Dia fez a comparação com base no preço médio cobrado pela gasolina nos postos de BH. O valor leva em conta a pesquisa divulgada nesta semana pelo site Mercado Mineiro. O levantamento, inclusive, aponta que o derivado do petróleo registrou queda de preço na cidade.

Atualmente, a tarifa dos coletivos custa R$ 4,50 em BH. O reajuste de R$ 2,40 revolta a usuária Cláudia Oliveira, de 50 anos. Desempregada, ela conta que o aumento vai piorar ainda mais sua situação. Ela terá que pagar R$ 13,80 para tentar buscar uma oportunidade de trabalho.

“É revoltante, vai piorar demais. É só fazer um cálculo, se a gasolina e o etanol estão mais baratos, tem algo estranho. Se você vai pegar ônibus 5 vezes na semana você vai pagar um valor imenso”, reclama.

Já a faxineira Liene Cesário, de 45, avalia que com a passagem valendo mais do que o litro do combustível, quem tem carro ou moto nunca mais vai andar de ônibus.

“Já estava difícil, esse aumento faz muita diferença e mexe muito com nosso financeiro. No ônibus o estresse é maior. O que vai acontecer ? O trânsito vai piorar”, desabafa.

Reajuste

A proposta entregue pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), revelado nessa quinta-feira (30), propõe o aumento já para este sábado (1º), quando ocorre o fim do prazo do decreto que congela as passagens.

Segundo as concessionárias, com a aplicação desse cálculo, as passagens teriam os seguintes reajustes:

Convencional (ônibus azul): de R$ 4,50 para R$ 6,90
Circular (ônibus amarelo) e linhas alimentadoras: de R$ 3,15 para R$ 4,90
Micro-ônibus de vilas e favelas: de R$ 1 para R$ 1,55

Questionada, a PBH disse que o aumento das passagens precisa ser autorizado pela Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob) antes de ser implementado, e garantiu que não previsão para o aumento.