Templo Maior

Pastor da Igreja Universal é acusado de cometer racismo contra funcionária em BH

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
17/05/2022 às 17:05.
Atualizado em 17/05/2022 às 17:21
 (Igreja Universal /Divulgação)

(Igreja Universal /Divulgação)

Um pastor da Igreja Universal está sendo investigado por suposta prática de racismo contra uma funcionária da instituição. Durante a gravação de um programa de TV, o pastor teria falado para a vítima que ia "passar chapinha' no cabelo dela. A jovem gravou, em áudio, a fala do religioso. O episódio aconteceu no Templo Maior, no Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte.

A vítima, que é produtora do programa, registrou boletim de ocorrência nessa segunda-feira (16) na Delegacia Especializada de Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias Correlatas, na capital. A Polícia Civil (PC) informou que instaurou inquérito policial para apurar o suposto crime de injúria racial.

O Hoje em Dia conversou com o pai da vítima, Cláudio Anderson dos Santos, que é advogado e contou os detalhes do suposto crime.

Segundo ele, em determinado momento da gravação, a filha usou o ponto eletrônico para avisar o pastor que o rosto dele estava com muito brilho, o que tecnicamente e esteticamente não é recomendável para gravações audiovisuais. "Foi nesse momento que ele falou 'vou passar chapinha no seu cabelo para…' (pastor interrompe a fala)", contou o advogado.

Cláudio afirmou que o pastor interrompeu a frase ao perceber que a fala dele não era conveniente. Nesse mesmo dia, o religioso teria pronunciado outras falas de cunho machista e homofóbico.

Depois da fala racista, a vítima levou o caso à direção do programa e ouviu de outras pessoas que o pastor estava "brincando'. Ainda conforme o pai e advogado, essa não foi a primeira vez que a filha foi ofendida e que o pastor também é preconceituoso com outras pessoas da produção.

Cláudio Anderson dos Santos disse que, até o momento, mesmo com o registro do boletim de ocorrência, o pastor não procurou a vítima para se retratar. O advogado não acredita que o religioso será punido dentro da Igreja Universal, e vai recorrer à Justiça.

Em nota, a instituição religiosa disse que está apurando internamente os fatos e que o caso não reflete a cultura inclusiva e de total respeito aos fiéis.

A PC informou que a data de depoimento do pastor não será divulgada devido à lei de abuso de autoridade. Também segundo a Polícia, outras informações serão divulgadas posteriormente para não prejudicar o andamento das investigações.

O Hoje em Dia entrou em contato com o pastor investigado e aguarda retorno.

Confira na íntegra a nota da Igreja Universal:

“A Igreja Universal do Reino de Deus está apurando internamente os fatos do caso que, por sinal, não reflete a sua cultura inclusiva e de total respeito a todos.
Quem frequenta qualquer culto da Universal, em qualquer país do mundo, comprova que bispos, pastores e fiéis são de todas as origens, etnias e tons de pele, de todas as classes sociais.
Como vítima maior do preconceito religioso no Brasil, a Universal repudia e combate toda forma de discriminação, como o odioso racismo”.

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