Pastor é indiciado por abuso sexual contra mulheres e criança em BH; 1º crime teria sido em 2003
Polícia Civil de Minas já representou pela prisão do líder religioso, mas ainda não obteve o decreto para efetuar a detenção dele

Um pastor de uma igreja de Belo Horizonte foi indiciado por crimes de assédio sexual e estupro contra pelo menos sete mulheres - entre elas uma criança de 12 anos. Por mais de 20 anos, o homem teria utilizado da autoridade religiosa para praticar crimes sexuais contra fiéis da Igreja, localizada no bairro Jardim Vitória, região Nordeste da capital. A Polícia Civil de Minas (PCMG) representou pela prisão do líder religioso, mas ainda não obteve o decreto para efetuar a detenção do homem.
Conforme as investigações, o primeiro crime teria ocorrido em 2003 e o mais recente seria em 2023. No momento dos abusos, o pastor dizia às vítimas que era um “Ungido de Deus” e por isso elas não poderiam confrontá-lo. Além disso, ele citava versículos bíblicos no momento em que as mulheres negavam o abuso, forçando-as a “aceitar” os crimes sexuais.
Uma das vítimas, inclusive, era uma menina de 12 anos. O pastor teria ficado sozinho com a jovem e tocado os seus seios. A criança contou a situação aos pais e a mãe dela acabou revelando que também sofreu abusos do homem.
De acordo com a delegada Larissa Mascotte, o pastor usava uma “estratégia meticulosamente calculada” para evitar com que as vítimas denunciassem os abusos.
“O pastor colocava uma vítima contra a outra, falava mal das fiéis da Igreja e dizia que elas não prestavam, que eram pessoas que pecavam. Isso descredibilizava as vítimas perante a Igreja e criava uma inimizade entre as mulheres”, destacou.
Ainda de acordo com a delegada, a maior parte dos abusos ocorreu dentro da Igreja, antes ou depois dos cultos e também em momentos de oração ou aconselhamento espiritual das vítimas.
A delegada Mascotte ressaltou que é “muito importante” que as vítimas sempre denunciem casos de abusos sexuais. “Elas precisam saber que ao chegar na delegacia, serão atendidas por uma equipe especializada que fará o acolhimento dessas vítimas. Elas não serão julgadas por nada do que aconteceu e nem precisam ter vergonha”.
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