Após 30 dias de investigação, a Polícia Civil concluiu ser sabotagem o episódio da marmita com larvas no Hospital Municipal de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Segundo a corporação, levantamentos e laudos técnicos indicam que as larvas não poderiam estar naturalmente na comida. Um dos indicativos é que tinham aproximadamente 9 milímetros. Além disso, já tinham desenvolvido sistema de maturação interno "em um substrato não ideal".

"O material ideal seria alimento em decomposição. Porém os laudos atestam que a comida não estava em estado de putrefação. Isso seria necessário para a mosca colocar seu ovo, o ovo eclodir e se desenvolver até o tamanho que foi encontrado na marmita”, detalhou o delegado regional em Contagem, Rômulo Dias.

O delegado destacou ainda que apenas duas marmitas foram questionadas - uma com larva e outra supostamente azeda, sem larvas - no momento em que foram servidas mais ou menos 4 mil refeições.

Além disso, as larvas encontradas não conseguiram transpor a barreira formada pelo isopor que vedava a marmita, conforme indicado em laudo.

“A larva não conseguiria reproduzir naquela comida, o ambiente não seria adequado. Neste momento, a investigação já consegue atestar com clareza que a comida servida no hospital não tem motivo para ser questionada”, pontuou o delegado.

O próximo passo do trabalho investigativo, como adianta Rômulo Dias, é esclarecer quem seria o responsável por sabotar a comida.

“Até então, estávamos investigando o crime de fornecer alimentação imprópria para consumo. Agora, estamos investigando uma falsa comunicação de crime”, finalizou.

A Prefeitura de Contagem informou por meio de nota que acompanha o desenrolar das investigações e espera que os autores e/ou mandantes do crime sejam identificados.

"A prefeitura segue empenhada em ajudar a esclarecer todas as situações relativas à sabotagem cometida contra o Complexo Hospitalar do município", informa.

As análises técnicas foram realizadas pela Vigilância Sanitária de Contagem, pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) e pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).

* Estagiária sob supervisão de Angel Drumond