Por trás da ‘capa mágica’: conheça Mabel, a cabeleireira que bomba nas redes gravando transformações
Mineira faz sucesso na internet ao mostrar reação de clientes após transição capilar

Foi por meio de uma brincadeira com crianças, após gravar vídeos de transformações, que a especialista em cuidados naturais para cabelos ondulados, crespos e cacheados, Mabel Garcia, criou uma marca registrada. A mineira de 48 anos apelidou a capa de cabeleireiro utilizada para marcar as cenas do "antes e depois" da transição capilar de “capa mágica”. O que era um ato despretensioso hoje é sinônimo de resgate da autoestima da clientela e ajuda a profissional - com todo seu talento e carisma - a fazer sucesso nas redes sociais.
“Eu sabia que no vídeo, ao puxar a capa, a criança iria aparecer pronta por causa da edição. Então, comecei a fazer essa brincadeira. Mas, na verdade, a mágica acontece a partir do momento em que a pessoa se olha no espelho”, afirma a cabeleireira.
Não só crianças, mas também adultos procuram o serviço. Mabel recebe clientes de fora de Minas e até de outros países. O processo de transformação ocorre no salão Raízesse, no bairro Cidade Nova, região Nordeste da capital.
A produção é feita longe dos espelhos. “Somente quando volto com a capa, com o resultado pronto, é que ela se vê de fato. É muito emocionante”, conta a profissional.
Mais de 1 milhão de seguidores no Instagram
A "capa mágica" bomba nas redes sociais. A página da cabeleireira no Instagram acaba de bater a marca de 1 milhão de seguidores. Já no Tiktok, são 655,2 mil usuários que acompanham o trabalho de Mabel.
Um dos vídeos que mais viralizou acumula 21,2 milhões de visualizações e mostra uma cliente que começa a gravação utilizando um boné para esconder o cabelo. Ao fim, a jovem aparece emocionada com o resultado final produzido pelas mãos da especialista em cachos.
'Quando criança, eu brincava de salão de beleza'
A trajetória profissional da cabeleireira se entrelaça com a vida pessoal. Apesar de ser filha de um barbeiro, Mabel conta que nunca foi o cenário protagonizado pelos homens cortando cabelos que fazia os olhos dela brilharem, mas sim o ambiente dos salões femininos, que inspirava brincadeiras quando era criança.
“As minhas amigas brincavam de escolinha, eu brincava de salão de beleza. Cortava o cabelo das meninas de verdade, porque era muito persuasiva e dizia ‘eu sei cortar, deixa que eu corto’. Elas chegavam em casa e as mães se assustavam porque as filhas estavam com o cabelo diferente”, relembra, aos risos.
Durante a infância e a adolescência, veio o desejo de ter o próprio cabelo alisado. “Essa era a referência de beleza que a gente tinha. Eu relacionava isso ao salão, aquele ambiente de onde você volta mais bonita”, conta.
Aos 18 anos, Mabel saiu da cidade natal, Paraopeba, na região Central de Minas, para fazer um curso de cabeleireiro na capital, onde começou a ter outras perspectivas sobre as possibilidades para os cabelos cacheados.
“Eu era assistente de uma educadora, Betina Borges, dona do salão Beleza Negra, grande referência do cabelo afro aqui em BH”, conta Mabel. Lá, aprendeu a usar os relaxamentos, procedimentos químicos que diminuem o volume e o encolhimento do cabelo crespo ou cacheado, mas sem alisar totalmente os cachos.
Depois, a cabeleireira tornou-se também educadora na área capilar, cursando pedagogia para aperfeiçoar o método de ensino.
Quando já era dona de um salão de beleza tradicional, Mabel decidiu abandonar o processo químico. “A química acabou se tornando uma dor, pois eu nunca alcançava o resultado que esperava, além de deteriorar o cabelo. Então, decidi fazer uma transição e voltar para o cabelo natural”, relata. “Quando fiz isso, fez tanto sentido para mim que transformei o salão em um estabelecimento especializado em cachos”.
Acolhimento para quem passa pela transição capilar
A cabeleireira ainda ensina clientes de que forma os cabelos naturais devem ser cuidados. Há também uma preocupação da especialista em acolher quem está passando pela transição capilar.
Depois de tanto tempo para reconhecer nos cachos sua própria ancestralidade e identidade, Mabel se via em cada pessoa que passava pela cadeira do salão. E foi justamente a empatia com as histórias por trás de cada procedimento que tornou-se o diferencial dos vídeos.
*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca
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