Covid-19

Primeiro dia da desobrigação de máscara é marcado por opiniões divididas e rostos à mostra em BH

Lucas Sanches
@sanches_07
04/03/2022 às 08:24.
Atualizado em 04/03/2022 às 09:46

Após a determinação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) que desobriga o uso de máscara em lugares abertos da capital, o cenário encontrado no Centro da cidade na manhã desta sexta-feira (4) era dividido entre desinformação e precaução. Apesar da flexibilização da proteção em meio à pandemia da Covid-19, há quem ainda pretende manter o item no rosto.

O assistente comercial Leonardo Diniz, de 20 anos, é um desses exemplos. Ciente do decreto, que já está em vigor, ele não abre mão da proteção, e argumenta que a medida pode ser prejudicial.

"As pessoas já não tinham o hábito de usar, e agora com essa liberação, acho que a prática vai passar para todos os lugares, abertos ou não", explicou.

Segundo ele, que vem para o Centro de BH de ônibus, a maioria dos passageiros mal cobre a boca com o item, o que é preocupante. "Se dependesse só de mim, até deixaria de usar. Já tive Covid-19, e sei como é perigoso, então fico preocupado com meus pais, que moram comigo. Acho que ainda precisamos cuidar do próximo", ressaltou.

Por outro lado, a vendedora Francielle Conceição, de 28 anos, explica que não costuma usar a proteção na maioria dos lugares, e diz que o assunto não é mais uma preocupação.

"Na verdade, nem nos ônibus eu uso. Não sabia que agora não é mais obrigatório, e acho isso ótimo. A máscara incomodava muito, aumentava o suor, machucava o rosto, e ainda dificulta muito pra gente conversar", conta.

Preocupação segue

 (Fernando Michel)

(Fernando Michel)

Ainda em meio a circulação do vírus, há quem fique preocupado com a desobrigação. É o caso da cozinheira Lidiane dos Santos, de 35 anos, que ainda não sabia da novidade. 

"Eu acho isso estranho, porque não dá pra saber tanto como está a pandemia em BH. Ainda tem muitos casos, e em todos os lugares a gente vê uma aglomeração, o que já dá uma preocupação a mais", comentou. 

Apesar da medida, ela afirma que não vai abrir mão da proteção, e lembrou dos cuidados com a família para sair da pandemia com saúde.

"Tenho dois filhos pequenos em casa, e eu saio diariamente. Estou em contato com muitas pessoas no ônibus e também no trabalho, e mesmo com a vacina em dia,  acho que vou continuar do mesmo jeito", explicou.

A questão familiar também pesou para a operadora de telemarketing Poliane Martins, de 34 anos. Ela argumenta que, mesmo com toda a família vacinada, um cunhado foi contaminado, e duas irmãs tiveram suspeita, o que só aumenta o alerta.

"Ainda vemos muitos casos todos os dias, e penso muito no meu filho em casa. Por estar sempre na rua, e trabalhar em lugar fechado, não quero colocar ninguém em perigo. Essa proteção a mais não custa nada, e pode salvar a nossa vida", concluiu.

Decisão

A medida foi anunciada ontem pelo prefeito Alexandre Kalil e está em vigor, após ser oficializada por meio de decreto publicado no Diário Oficial do Município, na edição desta sexta-feira (4).

A liberação tem aval do Comitê de Enfrentamento à enfermidade, formado pelo secretário municipal de saúde e infectologistas voluntários. O avanço da vacinação contra o coronavírus e a disseminação da variante Ômicron em janeiro e fevereiro são os principais fatores levados em conta. 

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