Problemas na instalação hidráulica e elétrica impediram que o contêiner na Unidade de Pronto-Atendimento Norte, em Belo Horizonte, fosse inaugurado neste sábado (30). A abertura só deve ocorrer na próxima semana em data a ser definida pela Secretaria Municipal de Saúde da capital. Com isso, os moradores da região que foram até a UPA Norte esperando serem atendidas na nova estrutura não encontraram o contêiner aberto. O atendimento a pacientes com sintomas de dengue está sendo feito dentro da unidade, junto aos demais procedimentos, conforme a secretaria. A instalação de luz e água ainda era realizada neste sábado na unidade, segundo o órgão.
Os contêineres são estruturas que estão sendo montadas em BH para tentar agilizar o atendimento de pacientes diagnosticados com dengue na capital. As UPAs Venda Nova, Pampulha e Barreiro já estão em atendimento com os contêineres instalados. Na primeira unidade, foram registrados 156 atendimentos e na Pampulha, 152, conforme a SMS. Belo Horizonte já registra 5.760 casos de dengue. A situação da cidade é considerada de epidemia pelo órgão estadual e, esta foi uma resposta emergencial encontrada pela Prefeitura de Belo Horizonte para lidar com o problema. Os contêineres contam com cama, maca, mesa, cadeiras e profissionais de saúde. Lá, é possível aos pacientes receberem hidratação e cuidados necessários para tratar da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
A UPA Oeste também não possui o sistema hidráulico e elétrico finalizado. De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal de Saúde, a previsão é para que o contêiner da unidade passe a funcionar na próxima semana, mas a data ainda não foi definida.
Mortes na capital
Duas mortes foram registradas oficialmente em Belo Horizonte em decorrência da dengue. Uma mulher de 56 anos identificada apenas como V.L.F.S é uma das vítimas que não resistiu às complicações da dengue e morreu. Ela era moradora da regional Leste e contraiu a doença em Corinto, no Vale do Rio Doce. A paciente era hipertensa e começou a sentir os sintomas desde o último dia 15 de março. Segundo a SMS, V. chegou a ser atendida no Centro de Saúde Sagrada Família, no dia 19. Na ocasião, ela apresentava mialgia, dor de cabeça e mal-estar, conforme o boletim divulgado pelos médicos à Secretaria. No dia seguinte, a mulher retornou ao centro de saúde em estado grave e foi transferida para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde acabou morrendo.
A outra vítima que sentiu os efeitos mais graves da dengue em BH era moradora da região Noroeste e tinha 53 anos. M.F.R era portadora da doença autoimune Lupus (Lupus Eritematoso Sistêmico). Desde o último dia 17 ela começou a passar mal e buscou atendimento no Centro de Saúde Santos Anjos. Ela não tinha sangramentos, mas hipotensão arterial e estava em grave. Os médicos transferiram a mulher para uma UPA e ela, posteriormente, foi levada para o Hospital Municipal Odilon Behrens. A morte dela foi registrada na quinta-feira (21), de acordo com a SMS.
Situação em Minas
Foram notificados 148.351 casos suspeitos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti em Minas Gerais, segundo boletim divulgado nessa sexta-feira (29) pela SES. Oficialmente, 33 mortes provocadas pela dengue foram registradas no Estado. O balanço estadual, no entanto, desconsidera os dois óbitos confirmados, na última semana, pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. A SES declarou situação de epidemia da dengue devido ao aumento de 211% no número de casos em apenas duas semanas. Minas Gerais possui 37.337 casos confirmados de dengue, conforme a SES. O número corresponde a toda a população de Porteirinha, no Norte de Minas.
Em Uberaba foram nove óbitos, três em Montes Claros, duas em Uberlândia, Teófilo Otoni e Muriaé. As cidades de Carangola, Frei Gaspar, Buritizeiro, Ituiutaba, Ipanema, Pirapetinga, Pirapora, São Geraldo de Baixio, São João da Ponte, Campos Altos, Contagem e Sete Lagoas registraram pelo menos uma morte por dengue, conforme a SES.
A morte de um menino de 4 anos, em Santa Luzia, por dengue hemorrágica ainda não foi contabilizada pelo órgão estadual. Caso seja registrada, o número de mortes por dengue no Estado pode subir para 34, apenas em 2013.