Denúncia

Professor agredido na manifestação da última sexta em BH cobra punição dos agentes envolvidos

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
29/03/2022 às 16:05.
Atualizado em 29/03/2022 às 17:00

O professor Wanderson Rocha, que foi agredido durante uma manifestação da categoria na última sexta-feira (25), na porta da Prefeitura de BH, disse que houve excesso no uso da força por parte da Guarda Municipal contra os manifestantes e cobra identificação e punição dos agressores.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-Rede) diise que fez denúncia da agressão aos seguintes órgãos: Ouvidora da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte, Procuradoria Geral do Município, Corregedoria da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte, Comissão de Direitos Humanos, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor da Câmara Municipal, Comissão de Direitos Humanos da OAB-MG, Ministério Público Estadual e nas Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos e Apoio Comunitário.

Durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (29) na sede do Sind-Rede, Wanderson Rocha contou que os educadores manifestavam pacificamente no passeio da PBH e que, quando a Guarda Municipal chegou, os agentes definiram um perímetro de segurança, já que, no mesmo momento, o ex-prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), anunciava a saída do cargo de prefeito para concorrer ao Governo de Minas.

Segundo a diretora do Sind-Rede, Vanessa Portugal, não havia necessidade do uso da força diante do número de manifestantes: "Nós queremos de fato que seja aplicada uma punição aos agentes que agrediram e que haja reconhecimento pela Prefeitura. Nada justifica o que foi feito. Não tinha motivação moral e legal pra nos retirar da calçada".

Para o Sind-Rede, a confusão com os agentes começou em razão da transmissão ao vivo da manifestação nas redes sociais. Durante o conflito, Wenderson foi ferido na cabeça, chegou a ficar desacordado e precisou ser levado para o hospital João XXIII.

De acordo com o professor, depois de receber atendimento médico, foi acusado pelos agentes de desacato à autoridade – por tentativa de agressão aos guardas municipais – e recebeu voz de prisão. O educador contou que saiu pela porta dos fundos do hospital e foi conduzido à Central de Flagrantes da Polícia Civil. Após cinco horas de detenção, ele foi liberado.

Ainda na tarde desta terça-feira (29), professores e sindicalistas se reúnem na porta da Prefeitura de BH para realizar uma assembleia sobre a continuidade ou não da greve, que teve início em 16 de março.

Os servidores municipais da educação pedem o reajuste salarial de 33%, para que os salários sejam equivalentes ao piso federal.

A reportagem entrou em contato com a PBH, que respondeu que a ocorrência foi registrada na Delegacia de Polícia Civil, que também irá investigar o episódio. 

Sobre a denúncia do professor e do Sind-Rede, a Prefeitura disse que "o caso está sendo acompanhado pela Ouvidoria e pela Corregedoria da Guarda Municipal e todos os encaminhamentos estão sendo adotados para garantir o devido esclarecimento dos fatos".

O executivo afirmou ainda que todas as informações de processos de apuração são publicadas no Diário Oficial do Município.

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