Manifestação

Protesto na Praça Sete, em BH, pede justiça por jornalista e indigenista mortos na Amazônia

Gabriel Rezende
grezende@hojeemdia.com.br
20/06/2022 às 20:46.
Atualizado em 20/06/2022 às 20:51
Protesto contra morte de indigenista e jornalista na Praça Sete, em BH (Fernando Michel / Hoje em Dia)

Protesto contra morte de indigenista e jornalista na Praça Sete, em BH (Fernando Michel / Hoje em Dia)

Movimentos sociais foram à Praça Sete, cartão-postal de Belo Horizonte, nesta segunda-feira (20), para protestar contra as mortes do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira. Os dois foram mortos enquanto transitavam na chamada área do Vale do Javari, segunda maior terra indígena do Brasil.

A ativista Célia Xakriabá, representante da Associação dos Povos Indígenas, aproveitou a manifestação para chamar a atenção para o "garimpo ilegal e a invasão ao território indígena".

"O nosso ato é importante para as pessoas entenderem que se matam Dom Phillips e Bruno Araújo, pessoas que nos defendem, imagina nós, povos indígenas? Não existe floresta em pé com sangue indígena e de ambientalista no chão", afirmou.

(Fernando Michel / Hoje em Dia)

(Fernando Michel / Hoje em Dia)

Quem também reforçou o coro por justiça é a diretora do Sindicato dos Trabalhadores Ativos dos Aposentados e Pensionistas no Serviço Público Federal de Minas Gerais (Sindsep-MG), Sânia Barcelos Reis. "Viemos somar junto aos movimentos sociais. Os tralhadores em todo país estão mobilizados permanentemente para que esse crime, essa barbárie seja devidamente investigada", cobrou.

Segundo Sânia, na próxma quinta-feira (23), todas as unidades da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Brasil realizarão uma paralisação, a partir das 10h, como forma de protestar contra as mortes do indigenista e do jornalista. "Também será um protesto em defesa da Funai, contra essa gestão anti-indigenista instalada na Fundação", completou.

Dom Phillips e Bruno Araújo Pereira
Dom Phillips, que é colaborador do jornal britânico The Guardian, e Bruno Pereira, servidor licenciado da Funai, foram vistos pela última vez na manhã de 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares.

O local concentra o maior número de indígenas isolados ou de contato recente do mundo. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios.

O indigenista denunciou que sofria ameaças na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre a denúncia. Bruno Pereira estava atuando como colaborador da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), uma entidade mantida pelos próprios indígenas da região, e tinha como foco impedir invasão da reserva por pescadores, caçadores e narcotraficantes.

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