2º incidente em 3 dias

Protocolo de treinamento da PM deve ser revisado após vazamento de gás lacrimogêneo em colégio

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
09/08/2022 às 13:53.
Atualizado em 09/08/2022 às 14:04
 (Lucas Prates / Hoje em Dia)

(Lucas Prates / Hoje em Dia)

A Polícia Militar vai investigar se houve falha no protocolo de treinamento com gás lacrimogêneo durante o curso de formação de soldados na manhã desta terça-feira (9), no bairro Prado, região Oeste de Belo Horizonte. O odor do agente químico invadiu o Colégio Tiradentes, que fica no mesmo quarteirão, e causou desespero entre os estudantes. Cerca de 30 alunos precisaram de atendimento médico após apresentar dificuldades respiratórias. 

De acordo com a porta-voz da Sala de Imprensa da PM, major Layla Brunnela, o incidente ocorreu quando um instrutor utilizava um dispositivo de gás lacrimogêneo dentro de uma barraca. Durante a ação, o vento teria carregado a substância, que chegou até colégio.  

“Esse tipo de treinamento é rotina. Apesar disso, o comandante da escola instaurou um inquérito para apurar se houve falha nessa execução, e se o protocolo que está sendo seguido em todos esses anos precisa ser revisto em algum ponto”, diz. 

A major explicou que os agentes químicos presentes no gás trazem uma espécie de inquietação, dificuldade respiratória, ardência na garganta e no nariz e sensação de ânsia de vômito. "A situação é passageira e sem gravidade. Os alunos não estão acostumados com esse tipo de treinamento e ficaram assustados com o sintomas", afirma. 

2º incidente durante treinamento nesta semana 

No domingo (7), também durante o curso de formação de soldados, um aluno da PM sofreu um ferimento grave na mão ao manusear uma granada na mesma unidade, na região Oeste da capital. A instituição confirmou que o agente foi levado imediatamente a um hospital, onde passou por cirurgia. 

Segundo a major, apesar de ser o mesmo curso, os incidentes são distintos e serão apurados. "Nesses últimos anos, em 6 mil policiais treinados, tivemos três incidentes com granadas. Um número muito baixo para um treinamento que envolve risco ao policial militar. Os inquéritos são distintos e vão apurar procedimentos operacionais adotados e o inquérito policial que apura se houve falha humana", detalha. 

O coronel Eugênio Valadares, comandante da Academia de Polícia Militar (APM), disse que suspendeu os treinamentos com munição química. Ele garante que todos os protocolos foram seguidos e que abriu um inquérito para apurar os fatos. 

"Os instrutores são qualificados. Os protocolos foram seguidos e nós precisamos apurar o que ocorreu. Quero acreditar que isso foi uma fatalidade, mas vamos apurar", afirma. 

30 alunos foram atendidos 

Alunos do Colégio Tiradentes foram retirados às pressas de dentro da unidade, por volta das 8h, por causa de um vazamento de gás. Cerca de 30 alunos foram atendidos pelo Corpo de Bombeiros com problemas respiratórios.

Segundo o tenente dos Bombeiros, Eduardo Moreira, os alunos que estavam em salas e também no pátio da escola teriam sido atingidos pelo agente químico que foi trazido pelo ar. 

“Fomos acionados por volta de 8h, para atendimento para as crianças que estavam com dificuldade para respirar. Fizemos triagem e deslocamos com elas para o hospital militar. Algumas crianças chegaram a ter crises de ansiedade, o que dificultou o atendimento”, detalha. 

Quatro estudantes foram encaminhados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Oeste. Outros alunos, quantidade ainda não especificada, foram levados para o Hospital da Polícia Militar (HPM), no bairro Santa Efigênia, região Leste de BH. 

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