'Queimamos as linhas chilenas dos meus filhos', diz mãe em novo vídeo da campanha Linha Segura

José Vítor Camilo
20/08/2019 às 17:49.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:04
 (REPRODUÇÃO / REDES SOCIAIS)

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Após ter acompanhado o drama do garoto Gabriel Lucas Alves Nascimento, de 15 anos, que teve uma perna amputada após ser ferido por uma linha chilena em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, uma moradora da cidade tomou uma decisão. Késia, de 36 anos, que vive com o marido e os três filhos no bairro São Luiz, fez os irmãos gêmeos de 12 anos queimarem as próprias linhas cortantes.

O depoimento está no novo vídeo da campanha "Linha Segura", lançada no início do mês pelo Hoje em Dia para conscientizar e estimular as denúncias contra esta prática. "Depois que eu vi a história do Gabriel, dele ter que adiar o sonho de ser jogador de futebol, aí eu resolvi! Tirei todas as linhas chilenas lá de casa, os meninos mesmo pegaram e colocaram fogo", conta a mulher, que tem uma conhecida em comum com a família do adolescente ferido. 

Késia aproveitou para fazer um apelo para toda a população da Grande BH. "Como aconteceu com o Gabriel, pode acontecer com o meu filho, com o seu, com o da vizinha. Então é melhor banir essa linha chilena. Faço um apelo mesmo para todo mundo aderir à campanha 'Linha Segura'", defendeu a mulher. 

O acidente com Gabriel Lucas aconteceu no dia 20 de julho, uma tarde de sábado, quando ele retornava de um treino de futebol. O vídeo da campanha do Hoje em Dia também traz partes do depoimento cedido pelo adolescente para a campanha. "Foi bem triste (saber que perderia a perna), chorei muito, era meu sonho de ser jogador de futebol. Mas, felizmente, eu tive o apoio dos meus pais, médicos, jogadores de futebol, todos falando que ia ser tudo normal, que eu só ia começar uma nova etapa na minha vida", disse o garoto. 

Linha Segura

A campanha de conscientização e mobilização visa evitar que o cerol destrua vidas e sonhos. Principal medida para evitar novas tragédias, a denúncia do uso ou comércio do material cortante pode ser feita de forma anônima, pelo telefone 181.

Desde 2002, a utilização e a venda de linhas cortantes é proibida por lei. Quem for flagrado cometendo a irregularidade está sujeito a multas que variam de R$ 100 a R$ 1.500. Se o uso resultar em prejuízos patrimoniais, ferimentos ou morte, o infrator pode parar atrás das grades.

Além do Disque Denúncia 181, as denúncias podem ser feitas pelo 190 da PM. “A pessoa pode, inclusive, acenar para uma viatura e mostrar o local. Mas, se não quiser se identificar por medo, por conhecer o denunciado ou qualquer outra razão, o 181 é a melhor opção”, explica o major da Polícia Militar Flávio Santiago.

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