Referência ao jogo Baleia Azul cresce nos pedidos de ajuda ao CVV

Liziane Lopes
llopes@hojeemdia.com.br
14/04/2017 às 13:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:08

O perigoso jogo Baleia Azul, que impõe uma série de desafios aos seguidores e tem o suicídio como tarefa final, tem sido assunto também nas conversas telefônicas do Centro de Valorização da Vida, em Belo Horizonte. "Nas últimas três semanas, o assunto começou a aparecer nas ligações e também nos treinamentos de novos voluntários", relata Norma Moreira, voluntária do CVV há 20 anos.

Segundo ela, a preocupação do CVV é que jogos como o Baleia Azul possam ser a gota d' água para aqueles que já enfrentam processo de depressão e angústia. Por isso, o tabu precisa ser quebrado, o assunto - suicídio - precisa ser abordado para que se possa combatê-lo. "A gente não fala e as coisas continuam acontecendo. Não dá para calar. O ideal é todo mundo se mobilizar". Liziane LopesNo CVV de BH, trabalham 26 voluntários e 28 estão em treinamento

Para Norma, o maior problema é a falta de diálogo, a falta de espaço para que as pessoas de todas as idades, jovens, adultos e idosos, possam desabafar, falar dos medos, problemas e frustrações. "É preciso observar mudanças de comportamento como a pessoa ficar mais calada ou sozinha no quarto. Nesses casos, é necessário buscar que ela fale, falar é a melhor saída", afirma.

O jogo também conhecido como Blue Whale viralizou em parte da Europa e na Rússia. No Brasil, dois casos de mortes de jovens estão sendo investigados pela Polícia Civil por possível conexão com o jogo. Um deles é o do rapaz de 19 anos que se matou na última quarta-feira (12), em Pará de Minas. O outro é uma menina de 16 anos que pulou em uma represa na região central de Vila Rica, próximo de Cuiabá, no estado de Mato Grosso. No Baleia Azul, os participantes devem seguir uma série de 50 desafios diários, como cortar a própria pele, se fotografar do alto de um prédio e, por fim, tirar a própria vida. 

"Essa é só mais uma situação em que as pessoas estão demonstrando dificuldades de lidar com as emoções e com os sentimentos", diz Norma sobre o jogo, que também divide o detabe do momento com a série da Netflix "13 reasons why" ("Os 13 porquês", baseado no best-seller homônimo lançado em 2007 sobre o suicídio de uma adolescente nos Estados Unidos). A série tem causado polêmica por, segundo os críticos, conter gatilhos que podem deixar ainda mais vulneráveis pessoas em situação de risco emocional.

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