Iniciada nesse domingo (17), demolição de área onde pode haver mais corpos em Brumadinho, na Grande BH, foi interrompida nesta segunda-feira (18) pelo Corpo de Bombeiros, após detecção de movimentação de rejeito no local devido à chuva.
O radar de solo, de propriedade da Vale e operado por um geotecnólogo da empresa, acusou o deslocamento da massa nesta madrugada. Não há previsão para retorno deste trabalho.
Após o rompimento da barragem, 20% de todo o rejeito liberado ficou na área da Vale. Desse total, 2% tiveram a agitação captada pelo radar, incluindo a região da usina ITM (Instalação de Tratamento de Minério), que está sendo demolida.
"O rejeito é como se fosse uma casa semidestruída: o que sobra dessa casa, está instável. Se bate uma chuva, um vento, ela pode acabar de cair", explicou o tenente-coronel da corporação, Anderson Passos.
Segundo ele, não há condições seguras para o trabalho nesse local no momento. A demolição só retornará quando o radar da Vale detectar a acomodação do rejeito que se movimentou. As equipes foram remanejadas para buscas em outras áreas e um drone será utilizado para observação visual.
Uma área a menos
Embora seja uma paralisação de segurança, que garante a integridade física dos militares, a interrupção dificulta as buscas. "É uma área a menos para procurarmos desaparecidos", afirmou Passos.
A demolição da usina de tratamento de minério teve início nesse domingo, com maquinário pesado, incluindo tesoura hidráulica. Segundo os Bombeiros, essa demolição é importante para que a corporação consiga localizar eventuais corpos que estejam em locais até então inacessíveis.
"É um trabalho meticuloso, uma vez que existem cilindros de acetileno e GLP (gás liquefeito de petróleo) no local e atmosferas que demandam utilização de equipamentos especiais para respiração", afirmou nota divulgada pelo tenente Pedro Aihara, porta-voz da corporação.