A abertura do Santo Sepulcro, que simboliza o velório de Cristo, ocorre nas igrejas católicas na sexta-feira da paixão. Mas Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, é a única cidade no país onde a vigília dos fiéis ocorre na quinta-feira Santa.
Por isso, a vigília não faz parte das celebrações oficiais da Semana Santa. A mudança da data foi adotada para permitir que as pessoas que trabalhavam na sexta-feira pudessem participar.
A cerimônia, que se repete há 300 anos, na Igreja de São Franscisco, está marcada para 15h.
História
Há 300 anos, era na quinta-feira que os tropeiros passavam em Sabará e faziam o momento de devoção ao Cristo morto. Já na sexta-feira, eles trabalhavam, doando bens aos pobres.
Outro motivo foi porque Sabará acolheu muitos negros no ciclo do ouro e o horário de sexta-feira para os fiéis na igreja era reservado para os nobres e não para os escravos.
Vigília
Durante a cerimônia, uma cortina negra é descerrada permitindo que os fiéis vejam a imagem do Cristo. Tradicionalmente, o perfume do manjerição pode ser sentido pelos fiéis dentro e fora da igreja e se mistura ao cheiro de incenso, dando um tom fúnebre e triste ao cenário.
A abertura do santo sepulcro é uma cerimônia fora da liturgia e pode ser realizada com ou sem o padre e já se tornou tradição em Sabará.
Os fiéis poderão rezar, diante da imagem de madeira do século 18, guardada no sepulcro em tamanho natural.
Na programação está prevista a participação de um coral que vai cantar em latim. Todas as imagens vão estar cobertas com panos roxos em sinal de respeito.
A vigília só termina na sexta-feira quando há a cerimônia a cruficição e descendimento da cruz.
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