Grande BH

Sargento suspeito de abuso sexual contra enteada de 8 anos ganha liberdade provisória em Lagoa Santa

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com.br
24/06/2022 às 20:56.
Atualizado em 24/06/2022 às 21:08

"Como a Justiça pode soltar em apenas quatro dias um homem que ganhou a confiança de uma menina de 8 anos e depois abusou sexualmente dela dentro de casa, várias vezes?". A fala indignada é de um pai diante da suspeita do crime cometido contra a filha pelo padrasto, que é sargento da Polícia Militar. "Minha filha o chamava de meu amigo", contou o pai.

O fato ocorreu em 7 de maio, véspera do Dia das Mães. "Quando minha filha contou o que aconteceu, fiquei vários dias sem dormir. Tenho medo de que o PM se aproxime novamente para abusar sexualmente dela. A decisão da Justiça não protege minha filha", comentou o pai da menina.

No dia seguinte à prisão em flagrante do policial de 38 anos, durante a audiência, a juíza Cibele Mourão Barroso de Figueredo, da 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Vespasiano, na Grande BH, determinou a liberdade provisória do sargento.

A magistrada entendeu, segundo o termo de custódia, que a proibição de contato e aproximação da vítima e da mãe, por ora, é suficiente.

A defesa do policial alegou durante a audiência que o sargento não cometeu o crime e que trabalha há 15 anos na PM sem nenhum incidente.

Detalhes do caso
A reportagem do Hoje em Dia teve acesso aos depoimentos dados na delegacia pela mãe e pela criança. A mãe relatou que mora com o sargento desde que a menina tinha 2 anos. Ela contou que percebeu o comportamento estranho e silencioso da filha naquele 7 de maio após o companheiro ter ido beber água e demorado muito para voltar para o quarto do casal.

"Minha filha não me olhava nos olhos. Ao insistir para saber o que estava acontecendo, ela contou que o padrasto tinha abusado sexualmente dela várias vezes, inclusive com beijos na boca. E que naquele dia tinha tocado as partes íntimas dela e colocado o dedo na vagina", relatou a mãe.

O sargento se defendeu dizendo que a menina havia se confundido porque ela tinha se sentado no colo dele e, sem querer, ele teria passado a mão em cima do short dela. A mãe não acreditou e chamou a PM. O casal e a menina foram levados para a delegacia.

Mãe e filha estão fazendo acompanhamento com psicólogo.

Com o sargento da PM em liberdade, o pai da menina entrou com pedido de guarda temporária na Justiça. Ao ser negado, ele entrou com recurso.

"Preciso proteger minha filha nesse momento. A Justiça que deveria tomar esse cuidado, concedeu liberdade para o padrasto", disse o pai.

A reportagem do Hoje em Dia procurou a Polícia Militar, mas ainda não obteve retorno.

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