Secretaria de Saúde investiga quatro casos de intoxicação em BH e descarta morte por envenenamento

Bruno Inácio e Daniele Franco
portal@hojeemdia.com.br
Publicado em 05/01/2020 às 19:07.Atualizado em 27/10/2021 às 02:11.
 (PEDRO GONTIJO)
(PEDRO GONTIJO)

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Belo Horizonte confirmou, neste domingo (5), que há um inquérito epidemiológico aberto para investigar se quatro pessoas internadas em hospitais da cidade foram intoxicadas. Desde a última semana de dezembro, mensagens compartilhadas em redes sociais falam em "envenenamento" e até morte por suspeita de intoxicação no bairro Buritis, região Oeste da capital.

Ao contrário do que diz as mensagens, não há morte por intoxicação ou envenenamento que tenha sido oficialmente notificada à prefeitura. Mesmo assim, seguindo um procedimento padrão, as quatro internações estão sendo acompanhadas pela Vigilância, que colheu amostras dos alimentos consumidos pelas pessoas e está averiguando os sintomas apresentados.

As amostras de alimentos e exames foram enviadas para análise em laboratório, que apontará se de fato houve intoxicação e, caso isso seja confirmado, o que causou o problema. Até o momento, segundo as autoridades de saúde, não há ligação entre os casos, a não ser pelos boatos divulgados na internet.

Boato

A Polícia Civil também está acompanhando a situação de forma preliminar, mesmo sem denúncia. Segundo a instituição, devem ser feitas entrevistas e comunicação com outros órgãos estatais para averiguar os fatos. Somente a partir daí, se constatado algum indício de crime, é que será aberto um inquérito policial.

As mensagens que circulam nas redes sociais dão conta de que cinco pessoas teriam sido internadas por envenenamento, com uma morte, o que já foi descartado pela SMS. Em uma das mensagens, pessoas se passavam pela família de um internado, Cristiano Mauro Assis Gomes, dizendo que já havia tido um laudo confirmando o envenenamento.

"Essa informação é falsa, já conversamos com um delegado de Polícia e já fizemos postagens para esclarecer tudo", Isabela Schayer, citada nas mensagens falsas

A filha de Gomes conversou com a reportagem do Hoje em Dia, e negou as informações. Isabella Schayer diz que já procurou um delegado de polícia para desmentir as fake news. Segundo ela, o pai foi internado no dia 23 de dezembro após passar 30 horas sem conseguir urinar.

Uma amiga da família, Isabella Zenha confirmou que não há nenhum tipo de laudo de envenenamento desde que Gomes foi internado no Biocor, no Vila da Serra, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. "Os médicos estão empenhados, agora, em descobrir o que levou a esse quadro (de estar entubado com dificuldades respiratórias), mas não tem nenhum diagnóstico por envenenamento fechado", afirmou.

Procurado, o Biocor não retornou à reportagem. As fontes ouvidas pelo Hoje em Dia disseram desconhecer os outros casos citados na mensagem, exceto o que envolve um vizinho de um prédio próximo onde moram, que também teve sintomas com "algumas semelhanças".

Isabella Zenha também negou que Gomes tenha ido a uma festa e bebido a cerveja que as mensagens compartilhadas indicam ser o motivo dos envenenamentos. A Backer, cervejaria responsável pela marca citada, diz estar tomando as medidas legais para punir os responsáveis pela divulgação dos textos.

Isolados

O Hospital da Unimed é citado como local de internação de pacientes supostamente envenenados. A instituição confirmou que duas pessoas deram entradas na unidade nos dias 22 e 25 de dezembro com quadro de insuficiência renal e neuropatia, mas sem relação entre os dois, que estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Já os hospitais Madre Teresa e Felício Rocho, também citados, não se posicionaram.

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