Greve dos policiais

Servidores da segurança pública estão de ‘pé atrás’ com investimento anunciado por Zema

Clara Mariz
@clara_mariz
18/03/2022 às 19:33.
Atualizado em 18/03/2022 às 20:40
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Os representantes dos sindicatos das categorias de Segurança Pública de Minas estão de “o pé atrás” com o anúncio feito pelo governador Romeu Zema (Novo), nesta sexta-feira (18), de investimentos de mais de R$ 12 milhões na infraestrutura da Segurança Pública do Estado. 

Para o assessor de imprensa do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas, Wemerson Oliveira, o chefe do executivo “não tem palavra” e, por isso, os servidores acreditam que ele não cumprirá com o acordo.

“Durante a audiência de conciliação do Tribunal de Justiça o governo disse que esses investimentos na condição de trabalho levaria tempo. Então, esse anúncio não vai fazer diferença nenhuma. Nosso movimento vai permanecer dentro da estrita legalidade”, afirmou.

De acordo com o deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT), o anúncio de Zema é fruto da pressão exercida durante a audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, realizada na última quinta-feira (17). “Esse investimento não é uma forma de dialogar e, sim, fruto da pressão exercida na audiência pública. Esse governo não dialoga com ninguém, nem com os próprios secretários”, disse.

Conforme o anúncio feito pelo Estado, o valor será destinado para a melhoria da infraestrutura de unidades da Polícia Civil, prisionais e socioeducativas. Além disso, a medida prevê a renovação da frota e a entrega de 7.310 coletes que serão distribuídos em março, abril e maio. No caso dos Bombeiros, serão disponibilizados recursos para reestruturação e adequação das unidades da corporação.

Falta de Confiança

Ao Hoje em Dia, o deputado Sargento Rodrigues contou que as forças policiais de Minas não confiam mais em Zema. Ele afirma que a iniciativa dos servidores para trabalhar acabou e que “não há nada que ele possa fazer para mudar isso”. 

“O governador conseguiu brochar a iniciativa do policial. Foi uma quebra de confiança muito grande e que não volta mais. Essa relação dele com a polícia trincou. A relação de confiança acabou, porque o governador mentiu. Ele é visto por todas as forças de segurança como mentiroso”, disse. 

Estrita legalidade

O assessor do Sindipol, Wemerson Oliveira, afirmou que as tropas da Polícia Civil continuarão atuando dentro da “estrita legalidade” até que as condições de trabalho melhorem.

“Quando ele dá entrevista falando é legalista, ele dá mais combustível para que os próprios policiais trabalhem dentro da legalidade e façam apenas o que a lei permite. Nós, por anos, estamos trabalhando em péssimas condições e não é por falta de dinheiro. A gente sabe que o Estado teve um superávit nos últimos dois anos. Na hora em que ele der condições pra gente trabalhar, a gente trabalha”, afirma Oliveira.

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