Os shoppings centers de Minas Gerais devem rever as estratégias de segurança após o assalto ocorrido na tarde do último sábado (7), à joalheria Manoel Bernardes, no BH Shopping, bairro Belvedere, região Centro-Sul da capital mineira.

Segundo o presidente da Associação dos Lojistas de Shopping Center, Alexandre Dolabella França, embora o crime seja considerado um “ponto fora da curva”, é preciso estudar o caso para “rever as estratégias em todos os empreendimentos”.

“Em geral, entendemos que a segurança é eficiente. Procuramos melhorar, modernizar, mas foi um assalto muito bem planejado. Infelizmente não conseguiram pegar os assaltantes. Não sabemos se houve falha, mas tem que rever estratégias”, opinou.

Opinião semelhante tem o advogado criminalista e pensador em segurança pública Jorge Tassi. Ele afirma ser necessário fazer uma “estrutura de logística reversa” para entender as circunstâncias do crime e aperfeiçoar os sistemas de segurança.

“Você tem que modelar sempre. Aprimorar um processo de tecnologia, algum processo de comunicação”, prossegue. Segundo o especialista, um ponto a ser considerado pela segurança dos shoppings é a presença de lojas que vendam produtos com “maior valor agregado” — como os relógios Rolex roubados.

“O sistema de segurança em shoppings é estruturado para o comércio comum. E esse nível de produtos com “maior valor agregado exigem formas mais complexas de segurança, acima de um padrão de segurança de shoppings”, afirma.

Crime organizado

Na opinião de Tassi, “não há o que se falar em responsabilidade do shopping em evitar o assalto”. Ele também cobra um “processo maior de discussão entre os órgãos de segurança pública e privada para criar um sistema de segurança mais eficiente contra o crime organizado”.

Em nota, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) afirma contar um comitê especializado na proteção dos estabelecimentos e que o grupo “mantém forte interlocução com as secretarias de segurança municipais e estaduais”.

Roubo

Nove homens são suspeitos de participarem do assalto à joalheira Manoel Bernardes, no 4º andar do mais antigo shopping de BH, na tarde do último sábado. Até o momento, nenhum deles foi preso.

Os criminiosos usaram dois carros para cometer o crime - um Hyundai HB20s e um Hyundai Creta. Ambos foram furtados em São Paulo e encontrados queimados próximos ao centro de compras, em BH. Durante o assalto foram levados diversos relógios de luxo da marca Rolex.

Em nota, a joalheria Manoel Bernardes informou que, "apesar dos danos materiais que ainda não foram contabilizados, não houve nenhum dano físico ou pessoal com nenhum integrante da equipe."

Durante o crime, o shopping estava com grande movimentação, por ser véspera do Dias das Mães. O público ficou em pânico e houve correria em diversos corredores.

A Polícia Militar foi chamada logo após o crime e a entrada de militares armados deixou o clima mais tenso. Vários vídeos foram postados nas redes sociais.

Na ação, um segurança do shopping chegou a ser levado como refém. Um dos criminosos teria atirado para evitar que eles fossem seguidos por outro segurança.

Ainda no bairro Belvedere, o profissional do shopping levado foi solto pelos suspeitos sem ferimentos.

A assessoria do BH Shopping informou que colabora com as autoridades de segurança pública.