Outubro de 2017

Sobe para 57 o número de famílias que devem ser indenizadas pela tragédia na creche de Janaúba

29/07/2022 às 16:06.
Atualizado em 29/07/2022 às 16:57

Quase cinco anos após o incêndio na creche Gente Inocente, em Janaúba, no Norte de Minas, em outubro de 2017, mais 13 famílias serão indenizadas por danos morais e materiais. Segundo anúncio feito na última quarta-feira (27).

No total, são 57 famílias com direito à reparação: 50 aderiram às condições intermediadas pela Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG) e pelo Ministério Público (MPMG), e sete optaram pela representação judicial de forma particular.

Em 5 de outubro de 2017, o vigia Damião Soares dos Santos, que trabalhava na creche, decidiu atear fogo no próprio corpo, dentro do estabelecimento. O incêndio provocou a morte de 10 crianças, três professoras e do próprio vigia.

Custeio de tratamento
Segundo o defensor público Gustavo Dayrell, a decisão representa mais um avanço e vem acompanhada da possibilidade de outra conquista, do custeio do tratamento dos danos às vítimas provocados pela tragédia.

A DPMG e a Procuradoria de Janaúba fizeram um acordo para que a Prefeitura faça uma avaliação da saúde daqueles que foram atingidos pelo incêndio, com a possibilidade de oferecer um tratamento específico e personalizado, numa espécie de novo acordo extrajudicial.

"Os poucos recursos hoje existentes não são suficientes para arcar com as demandas de saúde que as famílias apresentam", disse o defensor público.

Viúvo da professora Helley Abreu Batista, que morreu tentando salvar as crianças, Luiz Carlos é presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia da Creche Municipal Gente Inocente de Janaúba (AVTJANA).

"As pessoas que sofreram lesões graves e muito profundas estão fazendo tratamentos especializados, usando diversos medicamentos, cremes etc. Eles saíram do quadro clínico de risco de vida, mas continuam submetidos a tratamentos especializados até hoje. O comprometimento foi muito grande", afirmou o presidente da AVTJANA.

Segundo ele, muitas crianças têm que se submeter a cirurgias plásticas à medida que vão crescendo para não atrofiar membros. "As famílias mereciam ter uma atenção melhor", disse Luiz Carlos.

O defensor Gustavo Dayrell explicou que, em 22 de agosto, está marcada uma reunião entre a DPMG e a Prefeitura para apresentação de uma planilha de custos envolvendo os tratamentos necessários às vítimas do incêndio. Na ocasião, será avaliado também um possível custeio pelo município.

"Vamos levantar os gastos de saúde das famílias atingidas. Não faz sentido as famílias indenizadas gastarem o valor que receberam com tratamento dos danos à saúde provocados pela tragédia", afirmou.

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