Um dos presos por envolvimento no ataque à agência bancária de Itajubá, no Sul de Minas Gerais, teve liberdade provisória concedida e pode ser solto ainda nesta segunda-feira (27). A decisão, expedida na sexta (24) pela Justiça, considera que não há elementos que indiquem que o suspeito, de 33 anos, seja um criminoso de “alta periculosidade”. O homem teria atuado como olheiro durante o crime.

No documento, o juiz Gustavo Moreira Mazzilli justifica que o homem, que é natural de São Paulo, não teria sido flagrado com porte de arma, tendo confessado a participação no ataque e “contribuído para elucidação da participação, na medida da segurança de sua vida”, ainda que não aprofundando na confissão com medo de “represálias que pudessem levar ao seu extermínio”.

Mazzilli completa, dizendo que a função de “olheiro” consiste em "participação menor” e sem comprometimento da ordem pública. “Sua ação, isolada, não se caracterizou em ameaças à população, nem em atos concretos e diretos da tentativa de roubo. Por mais que o crime tenha abalado uma cidade inteira, o juízo tem o dever de se ater à participação concreta do presente participante, e reconhecer que não lhe cabia (pelo menos são os sinais que nos enviam os dados presentes do processo) as condutas perigosas e violentas que foram vistas na trama criminosa”, conclui.

A liberdade provisória foi concedida sob fiança de R$ 2 mil. O juiz também deferiu a quebra do sigilo telefônico/telemático requerido pelo Ministério Público Federal.

Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o suspeito segue preso no Presídio de Itajubá.

O crime

O crime foi registrado na madrugada de quinta-feira (23), quando houve troca de tiros. Um morador que passava pelo local no momento dos ataques foi baleado. Quatro policiais militares que atendiam a ocorrência também ficaram feridos. Um deles, atingido por disparo de fuzil no braço, precisou passar por uma cirurgia.

Veículos usados pelos criminosos foram localizados pela PM com manchas de sangue, o que indicaria que os suspeitos teriam ficado feridos. A suspeita indica que pelo menos 12 pessoas tenham participado do crime. O grupo, que seria especializado em roubos a bancos, utilizava armamento de guerra.