
Uma campanha que nasceu no Rio de Janeiro chega ao Carnaval de Belo Horizonte este ano. Quase cinco mil tatuagens temporárias com os dizeres "Não é Não" já estão sendo distribuídas a mulheres na capital em forma de protesto contra o assédio sexual. "Transformamos nossos corpos em outdoors da nossa luta, produzindo, usando e distribuindo tatuagens temporárias", postou o grupo responsável pelo projeto no perfil do Facebook.
Em Belo Horizonte, a agente do projeto Não é Não, Luiza Alana, conta que a ideia é distribuir as tatuagens de graça nos ensaios dos blocos parceiros como Alô Abacaxi, Garotas Solteiras, Bruta Flor, Acorda Amor e É o Amô. "As tatuagens chegaram na semana passada e já estão sendo distribuídas nos ensaios. "O interessante é que muita gente conhece o projeto e quem não conhece se identifica logo. Os homens também apoiam, mas por enquanto as tatuagens são para elas", afirmou.
Luiza conta que o trabalho que faz é voluntário e, como está envolvida no Carnaval de BH por participar dos blocos e produzir bijuterias da marca Sou Todo Dia para a folia, aproveita para divulgar o projeto. "Onde vou, levo as tatuagens e falo sobre o protesto, que ganha cada vez mais adeptos", diz.
Para produzir as tatuagens, o grupo conta com um financiamento coletivo. As informações estão disponíveis o site benfeitoria.com/naoenao. Nele, são detalhados todos os custos e gastos com as imagens.
No Brasil
O grupo nasceu no Carnaval carioca e, em 48 horas, conseguiu arrecadar R$ 2.784 e produzir 4 mil tatuagens, que foram distribuídas gratuitamente.
A adesão foi tão grande que o projeto foi ampliado para mais sete cidades. Além de BH e RJ, São Paulo, Salvador, Recife, Olinda e Brasília foram incluídas no circuito. "A gente não tinha planejado distribuir para Brasília, mas os pedidos foram tantos que ampliamos a divulgação", contou Luka Borges, uma das produtoras e criadoras da campanha no Rio.