Risco na Saúde

Trabalhadores do Samu ameaçam paralisar o serviço de socorro em Minas

Categoria denuncia defasagem salarial e cobra repasse de recursos

Ana Luísa Ribeiro*
aribeiro@hojeemdia.com.br
Publicado em 14/08/2025 às 17:10.Atualizado em 14/08/2025 às 17:50.

Trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ameaçam cruzar os braços em Minas. A possibilidade de paralisação nos próximos dias foi alertada nesta quinta-feira (14), durante audiência pública na Assembleia Legislativa (ALMG). O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde) denuncia defasagem salarial e cobra repasse de recursos. Só em BH são 28 ambulâncias.

A diretora do Sind-Saúde, Núbia Roberta Dias, afirmou os socorristas mineiros têm uma das "piores remunerações do país”, além de jornadas exaustivas. “Se essa questão da remuneração e da recomposição do contrato de programas por parte do Governo do Estado não for resolvida, realmente nós temos um risco enorme do Samu parar em todo o Estado de Minas Gerais”, alertou.

Entre as reivindicações também estão a regulamentação do trabalho de condutor socorrista - que, segundo o sindicato, não é reconhecido como profissão de saúde - e o repasse regular do piso da enfermagem, que conforme a categoria, está com atrasos de dois a três meses.

Financiamento insuficiente

O financiamento do Samu é tripartite, envolvendo União, estados e municípios. Representantes de consórcios intermunicipais afirmaram que a União tem repassado apenas 30% do custeio - abaixo dos 50% previstos - e que, em resposta, o Estado também reduziu a participação.

“A conta não fecha. Temos que buscar uma saída para o financiamento tripartite”, declarou Denys Carvalho, secretário executivo do consórcio intermunicipal das regiões Sudeste e Sul de Minas (Cisdeste).

O que dizem os governos

O Ministério da Saúde informou que ampliou em 42% os repasses para o Samu em Minas desde 2023, passando de R$ 119,8 milhões para R$ 170 milhões, além da entrega de 207 novas ambulâncias. O órgão afirmou ainda que os recursos são transferidos regularmente e que a meta é universalizar o serviço até 2026.

Já a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) garantiu que não há previsão de interrupção do serviço na capital, custeado prioritariamente com recursos municipais. Segundo a administração, BH faz a regulação do atendimento em outras 22 cidades da região metropolitana.

O Governo de Minas foi procurado, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.

*Estagiária, sob supervisão de Renato Fonseca

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