Trabalhadores sem-terra protestam em frente à mineradora Samarco, em Mariana

Lucas Sanches
@sanches_07
05/11/2021 às 09:32.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:11
 (Divulgação/Agatha Azevedo e Mari Rocha)

(Divulgação/Agatha Azevedo e Mari Rocha)

Trabalhadores sem-terra protestam em frente à sede da mineradora Samarco na manhã desta sexta-feira (5), em Mariana, na região Central de Minas. Segundo o Movimento Sem Terra (MST), o manifesto é contra a impunidade na investigação do rompimento da barragem, que completou seis anos hoje.

De acordo Silvio Netto, da direção nacional do MST, a tragédia expõe os problemas do modelo de mineração em Minas, que pôde ser novamente visto em Brumadinho, em 2019. “É importante ressaltarmos que esse modelo de mineração cria problemas ambientais e sociais, gera baixa arrecadação aos municípios, cria dependência e empregos que oferecem risco a toda a população mineira. Enquanto isso, toda a riqueza explorada beneficia o capital estrangeiro, materializado em empresas como a Samarco, a Vale e a BHP”, denuncia.

No mês de outubro, completaram-se cinco anos do Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), que previa reparação dos danos ambientais causados ao Rio Doce, além da indenização dos atingidos por perdas e danos na tragédia. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cerca de 85 mil processos relacionados à tragédia tramitam na Justiça brasileira. As casas dos atingidos eram para ter sido entregues em 2019, mas ainda não há data para isso.

Em nota, a Samarco informou que "segue firme em seu compromisso com as ações de reparação e compensação dos impactos decorrentes do rompimento da barragem de Fundão, que jamais serão esquecidos pela empresa".

Com relação ao TTAC, firmado, em março de 2016, pela Samarco e seus acionistas, Vale e BHP, governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo e outras entidades, a empresa explicou que "já foram indenizadas mais de 336 mil pessoas, tendo sido destinados mais de R$ 15,57 bilhões para as ações executadas pela Fundação Renova, que conduz ainda ações de recuperação da flora e fauna, além dos processos de reassentamentos que contam com a participação direta dos atingidos e do poder público em todas as etapas e são acompanhados pelo Ministério Público de Minas Gerais".

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