
Um ônibus da linha 634 foi incendiado na noite de terça-feira (4), na avenida Lauro Soares, no bairro Nova Iorque, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Três homens encapuzados foram os responsáveis pelo ataque, ocorrido cerca de 15 minutos antes do horário previsto para a saída do veículo.
Segundo o relato do motorista à Polícia Militar (PMMG), os suspeitos estavam armados. Um deles o abordou, apontou a arma e entregou uma carta com ameaças, afirmando: “Não é nada contra você”.
Moradores da região informaram que os suspeitos chegaram em uma motocicleta e a pé, carregando um galão de combustível. Após ordenarem que o motorista deixasse o ônibus, atearam fogo no veículo. O incêndio foi de grande proporção e atingiu a rede elétrica, interrompendo o fornecimento de energia, que foi restabelecido pela Cemig durante a madrugada.
Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para controlar as chamas. A perícia esteve no local e recolheu a carta deixada pelos criminosos.
Ameaça
O documento é endereçado à juíza da comarca do Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, e faz denúncias sobre supostas violações de direitos dos detentos. A carta é assinada com a sigla “BDM”, que seria uma referência ao “Bonde dos Malucos”.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SETRABH) divulgou nota oficial repudiando o ato criminoso e lamentando os prejuízos causados à população e ao sistema de transporte. A entidade afirma confiar na identificação e responsabilização dos envolvidos.
O que diz a Sejusp?
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) informou que acompanha os desdobramentos do caso. Veja nota na íntegra:
"Sobre a ocorrência da queima de ônibus, o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) tem conhecimento e acompanha os desdobramentos da ocorrência, que será objeto de investigação pela Polícia Civil de Minas Gerais. O Depen-MG aguarda a finalização das investigações criminais que poderá apontar se, de fato, a ação tem correspondência direta com o sistema prisional.
Sobre o Presídio Antônio Dutra Ladeira, informamos que o horário de entrada dos visitantes, aos fins de semana, começa às 8 horas e se estende ate às 11 horas, os visitantes podem permanecer no interior da unidade ate às 15 horas. A entrada obedece a ordem de chegada, considerando as prioridades previstas em lei. Vale ressaltar que no caso eventuais atrasos consideráveis, em virtude de alguma rotina de fim de semana da unidade prisional, o horário de visitas é estendido para se resguardar o direito do preso à visitação.
As unidades prisionais sob administração do Depen-MG realizam os atendimentos de saúde no âmbito da atenção primária, conforme preconiza a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade. As consultas especializadas e as de urgências e emergências são encaminhadas para a rede pública de saúde.
Especificamente sobre o Presídio Antônio Dutra Ladeira, não há registros de falta de atendimento; inclusive, as instalações do núcleo de atendimentos de saúde foram reformadas recentemente.
Ressaltamos que as unidades prisionais administradas pelo Depen-MG são regularmente fiscalizadas por diferentes órgãos de controle, entre eles o Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. As inspeções são periódicas, criteriosas e, em sua maioria, acompanhadas pelo próprio Juiz da Vara de Execuções Criminais".
A Polícia Civil (PCMG) investiga o caso. Até o momento, ninguém foi preso.