Nanopartículas de nióbio

UFMG cria fungicida atóxico e com baixo impacto ambiental

Da Redação
23/05/2022 às 20:07.
Atualizado em 23/05/2022 às 20:12
Fungicida criado na UFMG é seguro para os humanos (UFMG / Foca Lisboa / Divulgação)

Fungicida criado na UFMG é seguro para os humanos (UFMG / Foca Lisboa / Divulgação)

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em 2018, o Brasil ocupava o 3º lugar no mundo em uso de agrotóxicos, ficando atrás da China e dos Estados Unidos. Muitas dessas substâncias apresentam risco para o meio ambiente e para os humanos. Agora, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criaram um fungicida atóxico e com eficiência comprovada em testes.

A substância é composta de nanopartículas de nióbio (metal), tecnologia que vem sendo pesquisada na UFMG há mais de 10 anos, especialmente nas áreas de saúde, cosméticos e energia renovável.

“Quase todo fungicida usado no Brasil é importado e, além de ter custo alto, é um produto de origem química/sintética que demanda cuidados em sua utilização devido aos diferentes níveis de toxicidade. Desenvolvemos uma molécula de nióbio inédita e encontramos uma alternativa de grande potencial para esses problemas”, explica o pesquisador Luiz Carlos Oliveira, do Departamento de Química da UFMG, em entrevista ao site da instituição.

Segundo o cientista, o fungicida é de baixo impacto ambiental e, nos testes, a aplicação na cultura de soja induziu a formação de uma espécie de nanopelícula protetora nas folhas das plantas, atuando como uma barreira, além de interferir na sobrevivência do fungo, evitando a proliferação.

Luiz Carlos Oliveira afirma ainda que estudos em sementes de milho, trigo e amendoim, também mostraram que o fungicida parece atuar como solução pós-colheita, propiciando proteção eficaz de grãos e sementes que são armazenadas.

Proteção do café
O fungicida da UFMG foi testado contra a ferrugem de café, doença séria provocada pelo Hemileia vastatrix e que gera queda precoce das folhas e a secura dos ramos. Os resultados, conforme o pesquisador, foram ainda melhores quando comparados com o produto tradicional, importado e amplamente usado no mundo. A eficácia das nanopartículas de nióbio foi mais de duas vezes maior, revela Oliveira.

A efetividade da tecnologia está sendo testada em plantações de soja em Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Paraná. Neste último estado, o fungicida também já está sendo testado em culturas de milho e trigo.

O pedido de patente do fungicida já foi protocolado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), informa Luiz Carlos Oliveira. Ele está licenciada para a Nanonib, startup sediada no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) da UFMG.

Leia mais:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por