Belo Horizonte enfrenta nova alta de casos da Covid-19. Em menos de um mês foram quase 2 mil notificações e nove mortes. Diante do aumento, algumas pessoas chegaram a questionar, pelas redes sociais, se a vacina ainda é capaz de oferecer proteção ou se a dose já teria perdido efeito.
Categóricos, infectologistas não deixam dúvidas da importância da imunização. A atual bivalente é segura e “plenamente suficiente” contra as manifestações graves da doença. Além de proteger contra a cepa original, o imunizante é eficaz contra novas variantes do coronavírus, como a subvariante Ômicron.
A principal preocupação é justamente o fato de que muitas pessoas ainda não se protegeram. Em BH, só 24,1% dos moradores de 18 a 59 anos receberam a bivalente. O Ministério da Saúde preconiza como ideal pelo menos 90% de cobertura.
Para o infectologista Carlos Starling, que foi integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em BH, o dado é preocupante. O médico ainda alerta que a cobertura é baixa entre todos os grupos. “Foram as vacinas que nos tiraram das situações mais complicadas da pandemia que tivemos, em 2020 e 2021. Mas temos que manter esse programa de vacinação ativo”, afirma Starling.
Segundo o infectologista, uma medida eficiente para melhorar a vacinação é ampliar o horário de funcionamento dos centros de saúde e combater as fake news. O também infectologista e professor da UFMG, Unaí Tupinambás, afirma que o poder público deve "levar" a vacina até pessoas, como em escolas e comércios.
“A Covid mata 40 pessoas por dia no Brasil, a doença infecciosa que mais mata atualmente. Quem morre é quem tem comorbidade e quem não se vacina. A vacina é segura e todos devem tomar”, destaca Tupinambás.
O professor da UFMG reforçou ainda que a dose contra a Covid vai entrar no calendário anual de vacinação. "Vamos tomar todo ano junto com a da Influenza".