Foi protocolado na tarde desta terça-feira (18), na Câmara Municipal de Belo Horizonte, Projeto de Lei que altera o zoneamento da área onde fica o extinto Aeroporto Carlos Prates, no bairro de mesmo nome, na região Noroeste, que passa a ser classificado "como área de grandes equipamentos econômicos".

Com isso, a área deverá ser destinada exclusivamente a atividades voltadas para o desenvolvimento econômico, como por exemplo, o funcionamento do aeroporto, sendo vedado o uso residencial. 

O texto do Projeto de Lei é de autoria do vereador Braulio Lara (Novo) e foi assinado de outros 12 vereadores. Segundo o autor do projeto, a intenção é a manutenção do aeroporto e de suas estruturas como a escola de aviação, considerada a segunda maior da América Latina.

Na segunda-feira (17) á tarde, um encontro entre representantes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e de movimentos de moradia popular para discutir o futuro da área onde funcionava o aeroporto teve muito bate-boca. Também participaram moradores e interessados na manutenção da pista de voo.

Poucas horas depois, 22 vereadores da Câmara Municipal protocolaram manifesto público em apoio à manutenção do aeroporto. 

Projeto de Lei

Segundo o vereador Braulio Lara, a retirada de aeroporto em qualquer grande metrópole vai na contramão do desenvolvimento.

"Belo Horizonte é uma capital que precisa atrair investimentos e se modernizar. Além da formação de pilotos, no aeroporto existem empresas para manutenção de aeronaves, são realizados diversos treinamentos das forças de salvamento e resgate, além de servir como ponto de apoio para aeronaves que realizam o transporte de órgãos para transplante, para citar alguns usos. 

Já existem centenas de imóveis prontos no centro da cidade que poderiam ser reformados e transformados em unidades habitacionais. Além disso, foram feitas inúmeras promessas para as áreas do Isidoro e Granja Werneck, e nada avançou. Agora o prefeito quer usar o mesmo discurso populista de moradia popular ao custo de um aeroporto pronto em área privilegiada da capital. Até o início desse ano, a política habitacional da cidade não tinha a área do aeroporto no seu escopo. O que foi discutido na última Conferência de Política Urbana de 2022 apontava os investimentos habitacionais em outros locais. É um absurdo que pretendemos corrigir com o Projeto apresentado."

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