A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) está investigando um suposto esquema de desvio de armas de fogo que envolveria servidores lotados na 1ª Delegacia do Barreiro, localizada no bairro Jardinópolis, em Belo Horizonte.
A apuração sobre o caso, conduzida pela Corregedoria da Polícia Civil, está em "estágio avançado", segundo informou a corporação. A PCMG destacou que as armas desviadas são de baixo calibre e algumas se encontram obsoletas.
O suposto esquema teria sido descoberto após a apreensão de uma arma em uma ocorrência de rotina registrada na cidade de Contagem, na região metropolitana. Ao registrarem o artefato, policiais constataram no sistema que a arma já havia sido confiscada anteriormente pela polícia e deveria estar sob a custódia da instituição.
Diante da inconsistência, uma checagem das armas apreendidas na unidade foi realizada, revelando que outros artefatos também haviam sido desviados. Inicialmente, cogitou-se a hipótese de invasão à delegacia ou envolvimento de alguma organização criminosa.
No entanto, em comunicado oficial, a Polícia Civil negou a invasão. "A Polícia Civil de Minas Gerais vem a público esclarecer a situação envolvendo o extravio de armas de fogo, ocorridos nesta capital na região do Barreiro. Não houve nenhuma invasão à unidade policial, conforme perícia realizada na delegacia. A investigação da corregedoria da Polícia Civil já se encontra em estado avançado", declarou o delegado Rômulo Guimarães Dias.
O delegado reforçou o rigor da apuração: "A Polícia Civil reforça seu compromisso com a transparência e responsabilidade e o rigor na apuração dos fatos, reafirmando seu compromisso com a preservação da legalidade e da confiança da sociedade mineira".
Crítica do sindicato
O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol) criticou a situação, alegando que o caso é uma consequência da ausência de Centrais de Cadeia de Custódia no estado.
Em nota, o sindicato afirmou: "A questão central a ser debatida nesse fato é a não observância da Cadeia de Custódia dos vestígios criminais. Estas armas não deveriam estar acauteladas naquela unidade policial, deveriam estar na central de custódia".
O Sindpol mencionou que o pacote anticrime estabeleceu a necessidade dessas centrais em 2019, mas, passados seis anos, armas e drogas continuam acauteladas em unidades policiais "sem o devido cuidado com a cadeia de custódia".
A reportagem buscou um posicionamento do governo do Estado e aguarda retorno.