Visão em perigo: exposição excessiva a telas de TV, celular e computador tem levado à miopia

Patrícia Santos Dumont
25/10/2019 às 21:31.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:24
 (Pixabay/Divulgação)

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O tempo cada vez mais longo que passamos diante das telas – TVs, smartphones e monitores de computador – vem impactando não só nas nossas relações pessoais, como na saúde dos nossos olhos. Pesquisas e a própria percepção de especialistas em consultório mostram que o hábito de focar imagens de perto por horas a fio está ocasionando o fenômeno chamado miopização, ou seja, levando à dificuldade para enxergar de longe. 

A explicação é simples. Segundo a oftalmologista Mariana Amaranto, fellowship de retina e vítreo na Fundação Hilton Rocha, em Belo Horizonte, é como se o olho se acostumasse a focalizar imagens de perto e, aos poucos, perdesse a capacidade de capturá-las também à distância.

“Fizemos um estudo de prevalência no hospital, no qual coletamos dados epidemiológicos da doença. Não comparamos as informações ao uso de telas, mas sabemos da realidade atual, na qual as crianças têm acesso cada vez mais cedo e passam cada vez mais tempo diante delas. Uma das teorias em que acreditamos, portanto, para o aumento dos casos de miopia é num excesso de exposição”, detalha a profissional. Lucas PratesVisita ao especialista é fundamental para identificar problemas precocemente, diz Mariana Amaranto

Olhe para longe

A especialista explica que o problema, na maioria das vezes, está relacionado ao tamanho do olho. “Olhos anatomicamente maiores formam a imagem antes da retina”, detalha. Para corrigir o erro refrativo, podem ser usados óculos de grau ou lentes de contato. Outra possibilidade é se submeter a cirurgia específica. 

BH sedia em 22 de novembro o “1° Simpósio de Retina” da Fundação Hilton Rocha. Encontro terá participação de especialistas mineiros e de outros estados, no Anfiteatro Arquimedes (Avenida João Pinheiro, 164 – Centro)

No caso da “falsa miopia”, ou seja, do problema ocasionado pela exposição excessiva da visão às telas, a recomendação médica é dosar o contato com imagens de perto e descansar os olhos, fixando objetos à distância pelo menos a cada 1h30. 

“A musculatura fica contraída e o olho se acostuma a enxergar de perto. É preciso, então, parar, olhar para o que está longe e, mais que isso, piscar para lubrificá-los”, ensina o oftalmologista Luiz Carlos Portes, membro titular e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO).

que cada brasileiro permanece conectado à internet por dia; país é o terceiro em um ranking mundial

A fixação excessiva dos olhos nas telas também pode ocasionar outros problemas, como a síndrome visual do computador, que leva à sensação de cansaço e a dores de cabeça e musculares. Para melhorar os sintomas, a recomendação é fazer intervalos frequentes da atividade virtual, manter uma distância mínima de 50 centímetros da tela e evitar a luz direta nos olhos. 

“O para-brisa do carro não passa a paleta para limpar o vidro? O mesmo vale para os olhos, ao piscar, espalhando lágrima para lubrificá-los. Deixando-os abertos o tempo todo, provocamos um ressecamento excessivo”, acrescenta o oftalmologista da SBO.

A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda que bebês de até 2 anos não utilizem nenhum tipo de tela; dos 2 aos 5 anos, a indicação é para que os pais limitem o uso a até 1 hora por dia, priorizando conteúdos apropriados para a faixa etária

Editoria de Arte

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