Mourão não vê 'clima' para processo de impeachment contra Bolsonaro

Da Redação
primeiroplano@hojeemdia.com.br
08/09/2021 às 11:06.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:50

O vice-presidente Hamilton Mourão minimizou, na manhã desta quarta-feira (8), a possibilidade de um impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, por conta dos discursos polêmicos durante os atos no feriado da Independência.

"Eu não vejo que haja clima para o impeachment do presidente, tanto na população como um todo como dentro do próprio Congresso. Acho que nosso governo tem hoje uma maioria confortável, de mais de 200 deputados, lá dentro. Não é a maioria para aprovar grandes projetos, mas é uma maioria capaz de impedir que algum processo prospere contra a pessoa do presidente da República", afirmou o vice-presidente, antes do embarque para uma viagem à Amazônia.

Mourão disse que concorda que o Supremo Tribunal Federal (STF) cometeu excessos ao instaurar um inquérito conduzido diretamente pelo ministro Alexandre de Moraes. "Juiz não pode conduzir inquérito. Eu acho que tudo se resolveria se o inquérito passasse para a mão da Procuradoria-Geral da República. E acabou. Isso aí distensionaria todos os problemas", afirmou.

Discursos

Depois dos discursos de Bolsonaro na avenida Paulista, em São Paulo, e na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, durante os atos de 7 de Setembro, diversos partidos passaram a falar mais claramente na possibilidade de apoiar processos de impeachment.

Três falas específicas de Bolsonaro estão sendo questionadas: as ameaças feitas ao STF; o recado para que o ministro Luiz Fux enquadrasse o ministro Alexandre de Moraes; e o aviso de que vai descumprir decisão judicial.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o pronunciamento do presidente em Brasília “ era claramente afronta à Constituição”. O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, anunciou a convocação emergencial da Executiva Nacional do partido para hoje, onde será discutida "a posição do partido sobre abertura de Impeachment e eventuais medidas legais”.

Existem hoje 130 pedidos de impeachment contra Bolsonaro sob a guarda do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Cabe a ele decidir sobre a aceitação e abertura de processo contra o presidente. Até o momento, Lira não se manifestou sobre as falas do chefe do Executivo federal.

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