MP cria grupo especial para investigar ameaça de Wellington Magalhães contra promotor

José Vítor Camilo
13/08/2019 às 17:56.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:59

Após a divulgação de áudios do vereador Wellington Magalhães (DC) proferindo ameaças contra outro parlamentar e, também, um promotor de Justiça, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) anunciou, nesta terça-feira (13), a criação de um grupo especial para "apurar e tomar medidas cabíveis em relação às ameaças atribuídas ao vereador". 

Segundo o órgão, o grupo, que será formado por promotores com atuação na Defesa do Patrimônio Público e no Combate ao Crime Organizado, foi criado por designação do procurador-geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet. "Magalhães é investigado pela prática de atos de improbidade administrativa e crimes diversos pelo MPMG e a quem são imputadas infrações político-administrativas no âmbito da Câmara Municipal de Belo Horizonte. As apurações e demais providências estão sendo acompanhadas diretamente pelo gabinete do procurador-geral de Justiça", completou a nota divulgada pelo MPMG. 

Na última sexta-feira (9), o vereador Mateus Simões (Novo) recebeu três áudios do parlamentar investigado falando com voz enfurecida e tom ameaçador. “Se eu pegar um revólver, entrar dentro do gabinete e metralhar, agora eu vou preso, mas eu vou satisfeito”, fala o vereador em uma das mensagens. Ouça os três áudios clicando AQUI.

Em outro áudio, Magalhães chega a citar o promotor Leonardo Barbabela, o que teria levado à criação do grupo de promotores. “O trouxa, babaca do Barbabela, que qualquer dia ... até a OAB está rindo dele. Na sexta ele entrou, então o que ele está fazendo é uma força, ele sabe que, que ... que o Mateus, foi tudo orquestrado. Pensar que agora, ele me chamar do que me chamou ali, por isso que um cara chega e morre aí por causa disso”, diz. 

O representante do MPMG acompanha a investigação contra Wellington Magalhães que apura o suposto envolvimento dele em um esquema de desvio de verba publicitária, que teria lesado a Câmara de BH contratos que chegam a R$ 30 milhões. Na denúncia, o vereador do DC teria recebido propina de R$ 1,8 milhão para superfaturar contratos de publicidade enquanto era presidente do legislativo municipal.

Vereador não nega autoria de áudios

Nesta terça, em entrevista ao Hoje em Dia, Magalhães negou "qualquer chance de renunciar ao mandato" e se desculpou pelos áudios vazados nesta semana, mas negou ter feito "ameaças reais". Segundo ele, as falas não passaram de uma "questão de desabafo".

Ele também disse ter pedido desculpas ao promotor Barbabela. "Nunca ameacei ninguém e nunca vou ameaçar. Até pedi ao promotor (Leonardo Barbabela), que está no papel dele investigar, perdão por essa fala. Agora, eu e Mateus (Simões) temos uma briga política. Ele vem aqui todo dia usar o microfone e falar que eu sou bandido. Sendo que eu nunca fui condenado. São coisas que machucam, sendo que você tem filho e família", disse o vereador.

Alvo de dois pedidos de cassação na Câmara Municipal, Magalhães surpreendeu os vereadores nesta terça-feira (13), solicitando que os colegas votem a favor da abertura da Comissão Processante para analisar a perda de seu mandato. Os parlamentares decidem, nesta quarta-feira (14), se aceitam ou não investigar o vereador do DC.

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