Buscas no Google mostram como ficar em casa transformou os hábitos dos consumidores

Flávia Ivo
@flaviaivo | fivo@hojeemdia.com.br
24/05/2020 às 06:00.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:35
 (Unsplash/Divulgação)

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A sala de casa se tornou espaço multifuncional comportando, além da função principal, as de academia, cantinho de brincar, estudar, e até escritório, assim como os quartos. O delivery, que poderia ser um luxo para o jantar ou mesmo fim de semana, agora é parte do dia a dia. A balada para relaxar do trabalho virou live, sem amigos para compartilhar ou paqueras. As reuniões virtuais, antes esporádicas, são diárias; da mesma maneira, a aprendizagem.

“Em espaços multifuncionais é importante limpar o ambiente e guardar todo o material utilizado para passar para outra atividade, garantindo que as características do lar sejam mantidas”Juliana MaioliArquiteta e gestora de novos negócios da RKM

Todas essas mudanças, impostas pela pandemia do novo coronavírus, estão estampadas nos hábitos de consumo que vêm sendo alterados, conforme recente levantamento divulgado pelo Google. O gigante da internet, por meio da plataforma de insights mercadológicos “Think With Google”, mostrou que “essas transformações atingiram a maneira de nos expressarmos e de consumirmos produtos, conteúdo e a mídia”.

A experiência do consumidor em casa com o trabalho e o lazer fez com que as pessoas passassem a buscar maneiras de criar estrutura e se engajar nas atividades que as ajudam a se sentir normais, afirma o relatório da líder em buscas na web.

Para se ter uma ideia, em uma pesquisa autodeclarada, cerca de 40% do público brasileiro afirmou ter passado mais de três horas do dia no YouTube desde o começo do isolamento. Além disso, cresceu em mais de 50% a média de uploads globais de vídeos contendo, no título, a expressão “em casa”.

“Estamos percebendo uma aceleração muito grande de todas as previsões de tendências que envolviam um consumo mais consciente e aliado ao propósito das marcas”Fernanda ThibauDiretora-executiva da Alphorria

Mais a oferecer

Toda essa transformação de vida, ou o que tem sido chamado de “novo normal”, abriu não só espaço para a descoberta de prazeres, sentidos diferentes para as coisas e lugares, mas uma oportunidade para empresas oferecerem mais do que suas atividades naturais.

Caso da RKM Engenharia que, nas redes sociais, vem compartilhando conteúdos com dicas de como transformar os ambientes em um locais multifuncionais. “Nossa expectativa é continuar com lives e conteúdo que ajudem as pessoas a lidar com esse momento da melhor maneira possível”, conta Juliana Maioli, arquiteta e gestora de novos negócios da construtora.

Já a rede nacional de academias Bodytech, além da liberação do aplicativo BTFIT para todos e não só para os alunos, passou a publicar dicas de nutrição, medidas de combate ao estresse e a opinião de especialistas. “Nosso foco não foi somente na questão da prática de exercícios físicos, mas sim uma preocupação em relação ao combate ao sedentarismo e principalmente a questão da saúde mental”, diz Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech Company.Jogê/Divulgação

A Jogê Lingerie percebeu aumento da buscar por peças para ficar em casa

Além da roupa

No segmento de moda, um dos mais afetados pela drástica queda de consumo, há também um movimento para dar ao cliente mais do que peças de roupa e novas coleções. “Criamos o ‘Fashion Meeting’, em nossas redes sociais, que trouxe uma rica discussão sobre o momento e reflexões sobre possíveis soluções. Nas dicas, focamos em sugestões de looks que sejam mais interessantes na parte de cima, com detalhes nas mangas e golas, já que nas videoconferências são o que aparece na tela”, observa Fernanda Thibau, diretora-executiva da Alphorria.Alphorria/Divulgação

Detalhe nas mangas deixa look mais interessante nas videoconferências

O relatório do Google também apresenta que, em meio a um ciclo imprevisível, as pessoas estão mais focadas no que precisam agora, sendo conforto uma dessas coisas. Oportunidade aproveitada pela marca de lingerie Jogê, que percebeu crescimento na busca das clientes por pijamas e homewear. “A Jogê acredita que trabalhar de casa será uma nova tendência, por isso o conforto pode e deve ser mantido, mas sem abrir mão da beleza e design”, destaca a franqueada da brand no BH Shopping, Lorena Miranda.

Veja dados interessantes da pesquisa:Editoria de Arte

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