Se correr, o bicho gosta! Atividade física garante bem-estar ao animal e ainda evita doenças

Patrícia Santos Dumont
06/06/2019 às 10:43.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:59
 (Riva Moreira)

(Riva Moreira)

Segredo para ninguém que, há tempos, os animais de estimação vêm sendo tratados como parte da família. O que nem todo mundo sabe é que mais do que serem cuidados como humanos (ou quase isso!), cães e gatos – população mais numerosa de pets no Brasil – precisam se exercitar. 

E não basta aquela voltinha rápida na rua. Atividade física bem feita e individualizada é capaz não só de afastar o tédio como prevenir problemas de saúde – o mais comum deles é a obesidade. Selma Figueiredo, de 75 anos, soube disso na marra. Tutora de Honey, de 7, só percebeu a necessidade quando viu o ponteiro da balança da poodle subir sem parar.

“Levei uma bronca do veterinário! Ela estava obesa e começando a ter problemas articulares. A receita foi esticar os passeios e brincar com ela em casa também”, conta a aposentada, que seguiu as recomendações à risca. A cachorrinha perdeu dois quilos e ficou mais disposta. 

Menos doentes

Especialista em endocrinologia, a veterinária Marina Madeira explica que a atividade física melhora a circulação, ativando fatores anti-inflamatórios, aumentando a resistência do animal, fortalecendo a musculatura e favorecendo também a capacidade respiratória do pet. 

Segundo ela, animais que têm os exercícios incluídos na rotina adoecem menos, principalmente de doenças cardiovasculares e respiratórias. “Além de serem menos predispostos à obesidade, a tumores e terem melhor condição mental, ou seja, serem menos estressados”, acrescenta.

A especialista lembra, porém, a importância de um cronograma individualizado e que seja orientado por um bom profissional para evitar mais danos que ganhos. “Assim como os humanos, os animais vão envelhecendo e ficando predispostos a doenças de coluna, articulares. Muitos têm dores, inclusive”, alerta a profissional. 

59% dos cães são obesos, segundo pesquisa mundial. Sobrepesa, além de ser fator de risco para doenças, reduz a expectativa de vida do animal

Necessidades individuais 

A empresária Michelle Gaby Madi, de 33 anos, também fez o dever de casa quando adotou Catarina, blue heller de quase 3 anos. “Achamos que fosse uma vira-lata de porte médio, mas ela foi crescendo e descobri que era uma raça originalmente usada na lida com o gado, acostumada a trabalhar, a se movimentar”, conta. 

Para atender as necessidades de Catarina, Michelle, que passa pouco tempo em casa, matriculou a pet num espaço voltado para o bem-estar canino. A cadela passa dez horas por dia, de segunda a sexta-feira, no local, que oferece atividades físicas e cognitivas.

“Pelo menos duas vezes por semana também saímos na rua por uns 30 minutos e aos sábados e domingos fazemos trilha. Antes, ela era ansiosa, roía os móveis, destruía a caminha. Agora, não faz mais nada de errado e ainda é super obediente”, comenta. 

Animais jovens, com dieta equilibrada e boa saúde, mas que estão ganhando peso sinalizam atividade física inadequada. Pets felizes, com peso normal e que não chamam atenção para nada estão com nível de atividade física satisfatório

Para cada um

Educadora canina, proprietária da Educãodo, onde Catarina é matriculada, Cláudia Simões reforça que as atividades são individualizadas. Segundo ela, o objetivo do espaço, que tem três unidades em Belo Horizonte, é dar ao cão a oportunidade de se expressar como se estivesse na natureza. 

“Além dos exercícios propriamente ditos, oferecemos atividades de enriquecimento ambiental, que permitem roer, caçar, farejar e socializar. É bom lembrar também que nenhum deles passa o tempo todo se exercitando. Assim como nós, eles também precisam de um tempo de descanso”, reforça. 

Além disso:

Embora sejam mais caseiros e não gostem (nem possam) sair na rua, gatos também precisam ser estimulados física e mentalmente, um desafio para os tutores. Em casa, podem ter a dose de atividade física que necessitam com obstáculos, como rampas, e esconderijos espalhados pelos cômodos. Especialista em clínica médica de felinos, fisioterapia, reabilitação, medicina integrativa e nutrologia funcional, a veterinária Priscila Malta Jácome ensina a criar alternativas no ambiente doméstico para que o animal possa movimentar corpo e mente.

“Gatos são, a maioria, muito curiosos. Entender o que interessa e chama atenção vai permitir que seja criado um ambiente mais enriquecido e interessante para que brinquem e se movimentem mais. Podemos utilizar recursos como labirintos, espaços verticalizados (pontes e passarelas), brinquedos e bolas interativas com ou sem sons e esconderijos, por exemplo”, detalha, lembrando que o enriquecimento ambiente não elimina a importância da interação do tutor com o pet.

A profissional acrescenta que a atividade física sozinha não faz milagre, sobretudo para pets castrados, mais propensos a ganhar peso. De acordo com ela, uma boa nutrição aumenta a qualidade e a expectativa de vida do animal. “Sendo responsável também pela prevenção de uma série de doenças, além de auxiliar de forma considerável no tratamento de outras”, afirma. Editoria de Arte

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