Todo cuidado é pouco: evite que calor e barulho dos blocos prejudiquem os bichinhos na folia

Patrícia Santos Dumont
22/02/2019 às 12:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:40
 (Wesley Rodrigues/Arquivo Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Arquivo Hoje em Dia)

Folia não é lugar de pet. Mas se a decisão de levá-los para a farra já estiver tomada, há um mínimo de providências necessárias para garantir a saúde e a segurança deles. Atenção redobrada com a identificação, que vai na coleira, com a temperatura do ambiente e hidratação, e, claro, com o barulho a que serão expostos são só algumas delas. 

Veterinária parceira da DrogaVet, Andrêssa de Marco diz que bloquinhos não são recomendados para cães nem para gatos. Somente em Belo Horizonte, estão previstos desfiles de 590 grupos. Dentre os principais motivos listados por ela, sócia-proprietária da Pet Reabili, na capital, estão os excessos de barulho e de calor, nocivos para a saúde dos mascotes. 

“Barulho excessivo os incomoda muito. Além disso, aglomerações podem torná-los agressivos ou até mesmo provocar síncopes por estresse (desmaios). Já temperaturas altas podem ocasionar hipertemia levando-os, inclusive, à morte. Blocos de Carnaval são impróprios para animais de estimação”, reforça.

Sócia de Andressa na clínica, a veterinária Carine Matias chama a atenção para sinais apresentados por pets em situação de desconforto por dor ou sede, por exemplo, e que podem ser comuns em ambientes inadequados para eles. No primeiro caso, podem ficar agressivos. No segundo, resistir em caminhar, ficar ofegantes ou mesmo com a língua roxa. A dica, nessa hora, é hidratá-los, com jato de água, ar condicionado e gelo. “Depois, levá-lo a um profissional de confiança”, ensina.

Cães de raças braquicefálicas (focinho achatado), como pug e buldogue, merecem atenção ainda mais especial, já que têm dificuldade respiratória por natureza. A presença deles em locais quentes e abafados é totalmente desaconselhada, reforçam as profissionais da clínica em Belo Horizonte. “O focinho curto compromete a liberação de calor corporal, o que, por consequência, pode levá-los a óbito”, explica Carina.

Aglomerações também exigem cuidado extra com a identificação dos bichinhos, que só devem sair de casa em coleira com guia e identificação afixada – nome e endereço do tutor. Queimaduras nos coxins (“almofadinha” na sola das patas) também são recorrentes. Para evitá-las, observe a temperatura do asfalto fazendo um teste com a mão. Se conseguir tocá-lo por pelo menos 40 segundos, ininterruptamente, o passeio está liberado. Do contrário, deixe para sair outra hora ou recorra a sapatinhos, caso o animal esteja adaptado.Fotos: Petlove/DivulgaçãoFantasias dos mascotes devem ser prioritariamente de algodão e permitir total mobilidade deles

De olho no chão

Ficar de olho em restos de comida e em bebida alcoólica deixados no chão também faz parte do dever de casa de quem levará o mascote para curtir o Carnaval na rua. Alimentos inadequados para cães e gatos podem provocar alterações gastrointestinais leves ou graves dependendo do que for ingerido, requerendo, em alguns casos, internação. 

“A ingestão de bebida alcoólica pode causar sérios problemas neurológicos levando o animal ao óbito”, completam as especialistas parceiras da DrogaVet.

Neste sábado (23), o Blocão Pet, único de BH exclusivo para os mascotes de quatro patas, desfila pelas ruas do bairro Santo Agostinho. A concentração é na Animalle Mundo Pet, na avenida do Contorno, no Gutierrez. Mais informações aqui

Fantasias devem garantir conforto; makes estão vetadas

Quem gosta de enfeitar o pet com roupinhas diferentes, acessórios de cabeça ou planeja caracterizá-los com glitter e lantejoulas deve pensar duas vezes antes de escolher os complementos. Fantasias devem ser confortáveis o suficiente para garantir os movimentos do cão ou do gato e makes estão vetadas. 

Sócia-proprietária da Pet Reabili, em Belo Horizonte, Andrêssa de Marco diz que o mais importante na hora da escolha do traje é pensar no conforto e no bem-estar do animal. De acordo com a profissional, as roupinhas devem possibilitar livre locomoção e serem confeccionadas com tecido leve e confortável. 

Ela também recomenda observar se a fantasia possui detalhes que possam ser ingeridos ou que machuquem o pet ao longo do dia. Com cães muito peludos ou não acostumados a usar roupas, o melhor é abolir os trajes carnavalescos. “Evite excessos”, adverte a veterinária.

Proibidos

Disponíveis em uma porção de lojas e armarinhos espalhados pela cidade, glitter, lantejoula e outros produtos usados nas makes dos foliões não devem ser aplicados nos mascotes, sob risco de provocarem alergias ou mesmo levarem a intoxicações. 

“As partículas podem cair no olhos e ouvidos, provocando irritações ou serem inaladas e ingeridas. Além de irritações na pele, levam a alergias severas e intoxicações”, explicam as veterinárias. Segundo elas, existem produtos específicos para cães, mas que, ainda assim, podem ocasionar dermatites dependendo da sensibilidade do pet. Fotos: Pet Elegante/Divulgação (primeira do alto) e Pinterest/Divulgação (as demais)É importante observar se a indumentária possui peças que possam ser ingeridas pelo pet

Leia mais:

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por