Apesar do estilo diferente do ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD), o novo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), sinalizou que sua administração será de continuidade das políticas públicas priorizadas na gestão do antecessor. Fuad tomou posse nesta terça-feira (29), após Kalil renunciar ao cargo para concorrer ao governo do Estado.

A cerimônia de posse aconteceu na Câmara Municipal (CMBH). Com a presença da família e das principais lideranças políticas, do comércio e indústria de Belo Horizonte, Fuad assumiu a PBH classificando o cargo como “o maior desafio” de sua vida pública, sobretudo quando o país e o mundo enfrentam “um dos momentos mais críticos devido à pandemia, agravado pela guerra entre Ucrânia e Rússia”.

Fuad falou da intenção de dar continuidade ao trabalho que já vinha sendo feito na gestão de Alexandre Kalil, mantendo os planos e as equipes, ainda que seu estilo e o do antecessor sejam "diferentes", mas sem entrar em detalhes.

Conduzindo a cerimônia, a presidente da Casa, Nely Aquino (Podemos), foi a primeira a discursar, denominando a CMBH como “uma Casa de apoio, diálogo e respeito necessário” e pediu reciprocidade da nova gestão.

Redução das passagens

Logo após a posse, Fuad encaminhou o primeiro projeto de lei já com a sua assinatura como chefe do Executivo. Trata-se do PL que propõe a redução de R$ 0,20 nas passagens de ônibus em Belo Horizonte. O projeto já foi encaminhado à Mesa Diretora da Câmara. Caberá à presidente da Casa encaminhar o PL para votação dos parlamentares. No início do mês, ainda na gestão de Kalil, o projeto foi devolvido pela Câmara à PBH sob a justificativa de que o texto não estava claro, o que causou revolta do ex-mandatário. Kalil chegou a classificar a vereadora como “inimiga pessoal”.

Prioridades

Em conversa com a imprensa após a posse, Fuad declarou que a capital “tem diversos problemas”, mas que ele já havia definido algumas prioridades. De acordo com o novo chefe do Executivo municipal, obras para conter as enchentes que assolam diversos pontos da capital no período chuvoso estão entre essas prioridades. “As enchentes são um problema sério, assim como o desabamento de encostas que, se não fizermos agora na seca, na chuva morre todo mundo, então temos que priorizar isso”, afirmou.

Outro ponto considerado fundamental para Fuad é traçar um plano para conseguir recuperar o tempo perdido dos alunos da rede de ensino público de Belo Horizonte, devido à suspensão das aulas nos últimos dois anos causada pela pandemia da Covid-19. “As crianças ficaram dois anos paradas dentro de casa, muitas delas sem nenhum tipo de equipamento para aprender. Não adianta chegar agora e dar um ano normal, tenho que criar mecanismo para repor essas aulas e ajudar essas crianças a recuperar [o tempo perdido]”, disse.

Em relação à saúde, o prefeito indicou que deve manter a maior parte das ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde do município, na qual estava à frente o ex-secretário da pasta Jackson Machado Pinto, que acompanhou a saída de Kalil e foi exonerado do cargo na última segunda-feira (28).

“Na saúde, temos sérios problemas ainda, pois a Covid-19 ainda não foi embora e lamentavelmente e a dengue vem chegando, mas nós temos as cirurgias eletivas que foram paradas por muito tempo e nós vamos atacar. Além disso, temos várias ações dentro da saúde que estão sendo desenvolvidas e vão continuar”, disse.

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