Rota obrigatória

Candidatos voltam a Minas na tentativa de selar vitória no segundo turno

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
18/10/2022 às 07:22.
Atualizado em 18/10/2022 às 07:30
Na Zona da Mata, Lula teve 251 mil votos a mais que Bolsonaro; atual presidente, porém, ficou com 57,4% da preferência dos eleitores em Governador Valadares (Montagem com fotos das redes sociais de Jair Bolsonaro e de Ricardo Stuckert)

Na Zona da Mata, Lula teve 251 mil votos a mais que Bolsonaro; atual presidente, porém, ficou com 57,4% da preferência dos eleitores em Governador Valadares (Montagem com fotos das redes sociais de Jair Bolsonaro e de Ricardo Stuckert)

Os candidatos à presidência Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) estão batendo ponto em Minas Gerais para conquistar o voto dos mineiros. Nesta terça-feira (18), o atual presidente desembarca em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e em Montes Claros, no Norte de Minas, para fazer comício. A coordenação dos encontros ficou a cargo do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) que, reeleito, deposita todas as fichas na candidatura do atual chefe da nação. Na sexta-feira (21), Lula estará em Teófilo Otoni e Governador Valadares, no Leste de Minas.

A estratégia, segundo cientistas políticos ouvidos pelo Hoje em Dia, é vencer no Estado e fazer valer a máxima de que “quem vence em Minas, vence no Brasil”. 

Para eles, apesar da vitória de Lula junto aos mineiros no primeiro turno, o apoio declarado de Zema coloca o presidente Jair Bolsonaro com vantagens nesta disputa. O desafio de Lula, segundo os especialistas, é anular os efeitos da adesão do governador à campanha bolsonarista.

Atual presidente desembarca em Juiz de Fora, na Zona da Mata, e em Montes Claros, no Norte de Minas, nesta terça-feira. Já Lula estará em Teófilo Otoni e Governador Valadares, no Leste de Minas, na sexta-feira

 Peso de Zema

O apoio de Zema é importante pela boa relação e pela capacidade de pressão que o governador tem sobre os prefeitos. “Os prefeitos estavam muito mais preocupados com a eleição de governador. Nesse segundo momento, os prefeitos se voltam com mais força para eleição do presidente”, disse Christopher Mendonça, cientista político e professor de relações internacionais.

Outro analista, o cientista político Adriano Cerqueira, explica que os prefeitos precisam do governador e de deputados federais para conseguir verbas e recursos para governar as cidades e colocam isso na conta antes de apoiar um ou outro candidato. 

“O Congresso eleito é muito conservador, muito bolsonarista, e os prefeitos vão precisar deles e do governador para fazerem um bom governo nas cidades. E é preciso lembrar que daqui a dois anos são eles que irão se candidatar e pedir o apoio do governador”, destacou.

Na opinião de Cerqueira, essa “vantagem” é percebida até na mudança na postura de campanha de Bolsonaro. “Ele deve evitar as motociatas e campanhas de rua e dar cada vez mais espaço para essa imagem de ‘estadista’, o que já foi demonstrado nas reuniões dele com os prefeitos e empresários, em Minas”, avaliou Cerqueira.

No entanto, para Christopher Mendonça, nos últimos pleitos o resultado até coincidiu com o ditado de “quem ganha em Minas, ganha no Brasil”, mas isso não é uma regra e não basta para a vitória de Jair Bolsonaro. 

“Minas é prioridade para Bolsonaro, mas isso não basta ao presidente. Para o presidente vencer o pleito é necessário ampliar vantagem em São Paulo, maior colégio eleitoral e conseguir diminuir a vantagem de Lula no Nordeste, onde o petista tem se mostrado bastante forte”, disse.

Bolsonaro 

A visita de Bolsonaro a Juiz de Fora nesta terça-feira será a quarta a Minas desde o início do primeiro turno. O presidente costuma se referir à cidade como “o local” onde nasceu pela segunda vez, em referência à facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018. Mas a “relação afetiva” não foi suficiente para garantir vitória na cidade no primeiro turno das eleições: Lula venceu com 52,6% dos votos. 

A cidade é o maior colégio eleitoral na Zona da Mata, região na qual o ex-presidente petista conquistou maior vantagem em Minas. Foram 251 mil votos de frente na região; é quase a metade dos votos que Lula teve de vantagem sobre Bolsonaro em todo o Estado. 

Lula

Para Lula em Minas Gerais, segundo os especialistas, cabe o desafio de garantir os votos conquistados no primeiro turno e recuperar vantagem em redutos eleitorais tradicionais.

Lula vai a Teófilo Otoni, onde venceu no primeiro turno com 48,7% dos votos; e a Governador Valadares, cidade que foi governada pelo PT mas que em 2022 garantiu um ampla vantagem para Bolsonaro, com 57,4% da preferência dos eleitores. 

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