Investigação

CMPI do INSS convoca governador Romeu Zema e dono do Banco Master

Comissão aprovou ainda quebra de sigilo do banqueiro; investigação apura possíveis irregularidades em consignados e pensionistas

Do HOJE EM DIA*
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Publicado em 04/12/2025 às 14:22.Atualizado em 04/12/2025 às 14:39.
Governador Romeu Zema foi convocado pela CPMI do INSS para prestar esclarecimentos sobre a atuação da Zema Financeira em operações de crédito consignado (Fernando Michel/Hoje em Dia/Arquivo)
Governador Romeu Zema foi convocado pela CPMI do INSS para prestar esclarecimentos sobre a atuação da Zema Financeira em operações de crédito consignado (Fernando Michel/Hoje em Dia/Arquivo)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta quinta-feira (4), a convocação do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) e do presidente do Banco Master, Daniel Bueno Vorcaro. O colegiado também autorizou a quebra dos sigilos telemático, bancário e fiscal do banqueiro. 

As medidas fazem parte das investigações sobre possíveis irregularidades na oferta de empréstimos consignados a aposentados e pensionistas. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) justificou que o Banco Master está entre as entidades com maior número de reclamações relativas a direitos do consumidor.

Daniel Vorcaro já foi preso e posteriormente liberado em meio à Operação Compliance Zero; que apura supostas fraudes no mercado financeiro e movimentações que podem chegar a bilhões de reais. A CPMI também aprovou o envio de relatório do Coaf com as movimentações bancárias do executivo. 

Além do Master, dirigentes de outros bancos - Daycoval, Pan, Agibank e BMG - também serão ouvidos. Já as convocações de representantes do Santander, Crefisa, C6 e da Zema Financeira foram rejeitadas.

Convocação de Zema gera disputa no colegiado

O pedido para ouvir o governador Romeu Zema foi apresentado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que afirma que a Zema Financeira, ligada à família do chefe do Executivo mineiro, foi uma das autorizadas pelo governo federal a conceder empréstimos consignados a beneficiários do antigo Auxílio Brasil, possibilidade aberta pela Medida Provisória 1.106 de 2022.

“Zema foi uma das poucas instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central a oferecer a linha de crédito, que desconta a parcela direto do pagamento feito pelo governo para famílias vulneráveis em até 40% do valor do benefício”, escreveu o parlamentar mineiro.  

Zema enviou nota à comissão pedindo para não ser convocado. Ele afirmou que deixou a administração da financeira ao assumir o governo, mas segue como acionista, conforme exige a legislação. A convocação, e não um convite, obriga o comparecimento.

As deputadas Adriana Ventura (Novo-SP) e Damares Alves (Republicanos-DF) protestaram contra a decisão.

A reportagem solicitou posicionamento de Zema e aguarda retorno.

*Com informações de Agência Brasil 

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