Pelo 'Estado Democrático'

Entidades de Minas se manifestam após operação da Polícia Federal mirar empresários bolsonaristas

Jader Xavier
@ojaderxavierjsbarbosa@hojeemdia.com.br
29/08/2022 às 16:53.
Atualizado em 29/08/2022 às 17:01

Oito entidades empresariais de Minas se manifestaram em nota sobre a execução de mandados de busca e apreensão contra "empresários nacionalmente reconhecidos". Na última terça-feira (23), oito empresários declaradamente bolsonaristas foram alvos de uma operação da Polícia Federal (PF), que cumpriram mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O portal Metrópoles revelou mensagens compartilhadas em um grupo de WhatsApp, nas quais os empresários apoiavam um "golpe militar" em caso de vitória do candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A nota divulgada na última sexta-feira (26) é assinada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), pelo Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais (CIEMG), pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (Fecomércio - MG), pela Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetce-MG) e pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas).

O texto divulgado afirma que a operação da PF viola "uma série de direitos individuais constitucionais brasileiros", contida no Artigo 5º da Constituição Federal, "como a liberdade de manifestação do pensamento, liberdade de expressão, a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas, ultrapassam a esfera privada para gerar um clima coletivo de insegurança jurídica, prejudicial ao ambiente de negócios e ao futuro da nação".

As entidades concluem a nota afirmando que estão comprometidas "com a defesa dos direitos e garantias fundamentais e do Estado Democrático de Direito" e pedem que as medidas sejam revistas.

(Divulgação)

(Divulgação)

Relembre
A Polícia Federal cumpriu na última terça (23) oito mandados de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas que compartilharam mensagens com conteúdos golpistas em um grupo de WhatsApp. As mensagens foram reveladas pela coluna Guilherme Amado do portal Metrópoles.

Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ação ocorreu em cinco estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.

Os alvos foram os empresários Luciano Hang - dono da rede de lojas Havan; José Koury - dono da Barra World Shopping; Afrânio Barreira - dono da rede de restaurantes Coco Bambu; Ivan Wrobel - sócio da W3 Engenharia; José Isaac Peres - acionista da rede de shoppings Multiplan; Luiz André Tissot - dono da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo - da marca de roupas Mormaii; e Meyer Joseph Nigri - fundador da empreiteira Tecnisa.

Nas mensagens divulgadas pelo Metrópoles, eles afirmam que preferem um "golpe militar" em vez do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reassumir a cadeira do Palácio do Planalto. “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, disse o proprietário do shopping Barra World, José Koury, citado pelo Metrópoles.

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