(UFMG/Reprodução)
A Faculdade de Direito da UFMG vai apoiar o manifesto pró-democracia que vem mobilizando personalidades de todo o país e já reúne mais de 800 mil assinaturas. Elaborada na USP, a “Carta pela Democracia” defende o voto popular, as urnas eletrônicas, a Constituição e o respeito ao resultado das eleições deste ano. O texto será lido na próxima quinta-feira (11), às 11h, na avenida João Pinheiro, 100 (3º andar), no Centro de Belo Horizonte. Na mesma data, estão previstos atos no Anhangabaú, em São Paulo, e em outras partes do Brasil.
Vice-diretora da Faculdade de Direito da UFMG, Mônica Sette Lopes explica que não se trata de um protesto, mas da adesão a um movimento amplo para mostrar a grandeza da democracia – que assegura a exposição de opiniões contrárias, e não somente a escolha, pelo povo, de quem vai governar o país, os estados e os municípios.
“Não há democracia de pensamento único. Ela se caracteriza pela possibilidade de eu dizer na esfera pública o que acho e ouvir a crítica daquilo que penso. E com isso continuarmos, de todos os lados, pensando, refletindo, trabalhando na construção de algo ideal, de um denominador comum”, afirma. “Lutar para que a censura nunca mais aconteça é dever de todos nós, independentemente do que eu ou o outro pensamos sobre o mundo”.
Na esfera nacional, a “Carta pela Democracia” ganhou o apoio de artistas como Chico Buarque e Fernanda Montenegro, apresentadores de TV como Luciano Huck, empresários, banqueiros, representantes do agronegócio e políticos de diferentes partidos.
O movimento não está vinculado a nenhuma legenda ou ideologia. Para Mônica Sette Lopes, algo importantíssimo, ainda mais nesta época marcada por intensa polarização. “Na democracia, você não precisa concordar comigo; o essencial é que todos possam falar. Precisamos tratar deste assunto com serenidade, com calma, pois independentemente de quem ganhar as eleições continuaremos vivendo neste país”.
A leitura da “Carta pela Democracia”, que no texto original é chamada de “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, está marcada para 11 de agosto, quando se comemora a instalação dos primeiros cursos jurídicos no país – a Faculdade de Direito da USP (onde o texto foi escrito, com a participação de juristas) e a do Recife (PE). A escolha da data é simbólica, já que no direito o juiz deve ouvir todas as partes para tomar a decisão.
Em BH, o evento terá a participação de professores e alunos do curso de Direito da UFMG e será aberto à comunidade. Uma nota da faculdade, de julho deste ano, declarando confiança no TSE e repudiando ataques às urnas eletrônicas também será lida. “O fato objetivo é que, em mais de 20 anos, nada se apurou contra o sistema eleitoral brasileiro”, diz a vice-diretora. Haverá transmissão pelo canal da faculdade no YouTube.
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