Ricardo Cappelli entregou ao Supremo Tribunal Federal parecer dos atos golpistas ao STF (Ministério da Justiça e Segurança Pública / divulgação)
O interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, apresentou nesta sexta-feira (27) o relatório com informações sobre a invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e das dependências do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 8 de janeiro.
O parecer entregue ao STF mostra os 19 dias de intervenção federal na segurança do DF até esta sexta-feira (27). O documento da intervenção federal, com 62 páginas, apresenta vídeos da Esplanada dos Ministérios, dos circuitos internos e drone, fotos da destruição, memorandos da Secretaria de Segurança Pública, quantitativo de policiais mobilizados no dia e documentos internos que foram despachados, como alertas de inteligência.
Em entrevista coletiva à imprensa, declarou que a entrega do relatório “vai ajudar a prosseguir nas investigações, na individualização das condutas para apurar os fatos inaceitáveis do dia 8 de janeiro”, frisou o interventor, que também é secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
O interventor comentou ainda sobre a falha operacional antes dos atos terroristas. “Houve informação da inteligência do que aconteceria. Um relatório foi enviado no dia 6 de janeiro (dois dias antes) ao então secretário de Segurança informando sobre ‘a tomada do poder com ameaça concreta de invasão’ aos prédios públicos”.
Ainda de acordo com Ricardo Cappelli, os batalhões não foram acionados. “Não houve plano operacional sequer ordem de serviço”, ressaltou. Além disso, continua o interventor, dos 555 profissionais de segurança que deveriam estar trabalhando naquele dia apenas 150 foram escalados. “Um efetivo que não guarda correspondência com o alerta da Inteligência que chegou”, ponderou.
Capelli também divulgou que “fica claro e evidente que o acampamento em frente ao QG do Exército, no Setor Militar Urbano, virou um centro de construção de plano contra a democracia brasileira”.
Segundo ele, todos os atos tiveram organização, apoio e planejamento no acampamento. “Ali circulavam criminosos. Foram 73 ocorrências em dois meses de funcionamento, entre roubos e furtos”, anunciou.
*Com informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública
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