
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que negou a implantação de uma missão militar para Garantia da Lei e da Ordem (GLO) após os atos golpistas de Brasília, pois temia virar uma “rainha da Inglaterra”.
Segundo ele, esse temor era resultado do que houve com o ex-governador do Rio de Janeiro, Pezão, durante intervenção federal no estado em 2017, determinada pelo ex-presidente Michel Temer.
“Eu não quis essa solução por causa da experiência que vinha do Rio. Lá o Pezão virou uma ‘rainha da Inglaterra’, sem poder algum. Eu tinha acabado de tomar posse e não deixaria de exercer o poder com plenitude”, disse.
O presidente diz estar convicto que faltou comando à Polícia Militar e que os manifestantes foram auxiliados por pessoas de dentro do Palácio do Planalto. As declarações foram dadas à jornalista Natuza Nery, em entrevista à Globo News.
“Eu estava vendo as cenas e liguei para o coronel comandante do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), porque eu não via os soldados. Ele dizia que os soldados estavam chegando, mas não chegavam. Quando nós assumimos o comando da Polícia Militar a situação se resolveu; faltava comando”, avaliou o presidente.
Lula diz acreditar que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabia dos atos com antecedência. E que a ação fez parte de uma tentativa de golpe. “Eles perceberam que nós reagimos e pararam; mas era uma tentativa de golpe”, reforçou o presidente.
O presidente ainda insistiu que todos envolvidos devem ser punidos. Mas que ninguém ficará preso se não houver comprovação de culpa e prática de crimes.
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