O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou nesta quinta-feira (4), no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, o programa "Gás do Povo". A iniciativa irá disponibilizar botijões de gás de 13 kg gratuitamente para 15,5 milhões de famílias em todo o Brasil, beneficiando cerca de 50 milhões de pessoas. Em Minas Gerais, o programa promete ajudar mais de 1,2 milhão de famílias, atingindo 3,6 milhões de pessoas. A expectativa é que sejam distribuídos 5 milhões de botijões por ano no Estado.

"Todos têm direito a comer, e para comer, precisa do gás. Por isso que estamos tentando mostrar que o que falta no país não é dinheiro, é tratar o povo com o respeito que merece. Eu governo para todo mundo, mas pode ter certeza que primeiro no meu coração estão as pessoas mais pobres do país", afirmou o presidente.

O "Gás do Povo" irá substituir o atual Auxílio Gás. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), explicou que, com o novo programa, as famílias poderão retirar o botijão de gás diretamente nas revendedoras credenciadas pelo Governo Federal, em vez de receberem o benefício em dinheiro.

"É um dos programas sociais mais importantes e completos do nosso governo, cuidando diretamente das pessoas. Agora, o gás de cozinha passa a ser tratado como item essencial, fundamental para assegurar segurança alimentar, dignidade e bem-estar social", declarou o ministro.

Critérios e distribuição

Para ter acesso ao benefício, as famílias precisam estar inscritas no CadÚnico com renda per capita de até meio salário mínimo por mês, com prioridade para quem recebe o Bolsa Família.

Segundo o governo, cada família terá direito a uma quantidade específica de botijões anuais, variando de acordo com o número de integrantes:

A meta é distribuir cerca de 65 milhões de botijões por ano quando o programa estiver em pleno funcionamento, com uma expectativa de 58 milhões de botijões já em 2026. A distribuição será feita de forma gradual, com os primeiros botijões previstos para serem entregues ainda este ano. O total de beneficiários deve ser alcançado em março de 2026.

Os beneficiários poderão resgatar o botijão por meio de um aplicativo, um cartão próprio do programa, um vale impresso retirado em agências da Caixa ou lotéricas, ou com o cartão do Bolsa Família. As revendas participantes terão uma identidade visual padronizada.

O programa será custeado inteiramente com recursos públicos, com mais de R$ 3,57 bilhões já previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) para este ano.

Impacto na sociedade

O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello, acredita que o programa tem potencial para reduzir entre 30% e 50% o uso de lenha nas residências brasileiras.

"A gente está mudando a vida dessas pessoas, elas vão receber o gás de graça. Então quer dizer, você vai colocar dentro da casa delas dignidade", destacou Bandeira de Mello.

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