Eleições 2022

Pré-candidatos visitam Minas de olho na máxima ‘quem ganha aqui, leva o Brasil’

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
12/07/2022 às 08:11.
Atualizado em 12/07/2022 às 19:31
 (Montagem)

(Montagem)

Num intervalo inferior a uma semana, pelo menos três pré-candidatos a presidente da República vão passar por Minas. Por trás do interesse há dois pontos. O primeiro é um “fato eleitoral”: desde 1989, quem vence no Estado – segundo colégio eleitoral do país – repete o feito no Brasil. Em segundo lugar está a busca por votos brancos e nulos, que somam 14% do eleitorado mineiro. São mais de 2 milhões de votos “sem dono”, de acordo com pesquisa Genial/Quaest, divulgada na sexta-feira (8).

Cientista político e professor da UFMG, Carlos Ranulfo diz prestar atenção em Minas é uma questão estratégica. Quem não faz isso corre o risco de perder a eleição. “Além de muito populoso, as características de Minas Gerais criam um ‘microcosmos’ das tendências do eleitorado brasileiro”, diz.

Além disso, as alianças políticas em Minas seguem indefinidas, o que atrai diferentes candidatos. “A relação entre Romeu Zema (Novo) e Jair Bolsonaro (PL) ainda não está bem definida e abre espaço para outras articulações”, afirma.

“Minas Gerais é o segundo colégio eleitoral do país e forma um microcosmos das eleições e tendências nacionais. Quem não presta atenção em Minas corre o risco de perder a eleição”, afirma o cientista político e professor da UFMG Carlos Ranulfo

Para Adriano Cerqueira, cientista político e professor do Ibmec, o fato de Belo Horizonte não ser o definidor da vitória no Estado, como são as capitais de outros estados, fortalece essa característica de microcosmos e torna necessárias mais visitas dos candidatos ao Estado. 

“O Triângulo tem influência do ‘agro’, tem influência de São Paulo; o Norte do Estado tem influência do Nordeste; tem regiões próximas ao Rio de Janeiro; isso torna Minas um espelho de tendências do cenário nacional e não basta ser forte em Belo Horizonte”, afirma. 

De olho nessa diversificação, o presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve, no sábado (10), em Uberlândia, participando de um evento religioso. Na sexta-feira (15), será a vez de Ciro Gomes, pré-candidato do PDT à presidência, chegar a Belo Horizonte, onde participará de uma sessão solene na Câmara Municipal antes de seguir para Montes Claros, Salinas, Ouro Preto e Mariana.

Nesta segunda-feira (11), o presidenciável do partido Novo, Felipe D’Ávila, também esteve em BH, cidade escolhida para o lançamento oficial da candidatura. O interesse de D’Ávila em Minas é ainda maior que o de outros candidatos: o governador Romeu Zema (Novo) é a principal esperança para alavancar a candidatura do correligionário.

Felipe D'Ávila, do Novo, fez em BH o lançamento oficial da pré-candidatura à Presidência da República (Fernando Michel / Hoje em Dia)

Felipe D'Ávila, do Novo, fez em BH o lançamento oficial da pré-candidatura à Presidência da República (Fernando Michel / Hoje em Dia)

“Minas é com certeza a principal vitrine do nosso partido. Zema assumiu um governo quebrado e somou R$ 280 bilhões em investimentos e conseguiu tirar o Estado das costas dos empreendedores”, afirma o pré-candidato. 

O ex-presidente Lula (PT), que lidera as pesquisas eleitorais, é outro que tem vindo bastante a Minas. Em 9 de maio, o petista realizou no Estado a primeira agenda de pré-campanha após a formalização da chapa que inclui o ex-governador paulista, Geraldo Alckmin (PSB). Em junho, visitou Uberlândia.

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