
A presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Nely Aquino (Podemos), afirmou ter sido vítima de ataques misóginos e machistas nas redes sociais na última quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, e responsabilizou o prefeito da capital, Alexandre Kalil (PSD) pelos episódios.
De acordo com a vereadora, as ameaças recebidas pela internet estão relacionadas às críticas feitas pelo chefe do Executivo à Nely durante uma entrevista à imprensa no início deste mês.
Na ocasião, Kalil afirmou que a vereadora teria um “gabinete secreto” na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e fez insinuações em relação ao marido de Nely. "Vê onde o marido dela está empregado. Vocês são jornalistas e 'vê' onde ele trabalha, é mais fácil do que eu falar aqui no microfone”, disse Kalil.
"Confirmo que os ataques machistas são desdobramentos das atitudes irresponsáveis do prefeito Kalil contra mim, principalmente após a coletiva de imprensa do dia 3 de março, na qual ele se definiu como meu inimigo", afirmou Nely à reportagem.
Segundo a vereadora, ela recebeu as mensagens via WhatsApp, assim como diversas outras pessoas receberam por meio de grupos também no WhatsApp.
"As ameaças foram contra a minha honra. O texto me define como 'gerente de bordel, rufiã e cafetina' e que a minha grande realização é representar a indústria da prostituição em Belo Horizonte, que não tenho 'caráter, honra e decência' porque eu processei o prefeito Alexandre Kalil por calúnia e difamação, dentre outras baixarias de cunho machista e misógino", relatou.
A vereadora contou ter apresentado representação criminal em função dos ataques em sua redes sociais, além de ter protocolado cópia da representação e do boletim de ocorrência para que constem da ação judicial que já havia aberto contra Kalil.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do prefeito Alexandre Kalil e aguarda retorno sobre as acusações feitas por Nely Aquino.
A relação entre o chefe do Executivo municipial e a presidente da CMBH azedou de vez na última quinta-feira quando, durante uma entrevista coletiva sobre a devolução pela Câmara do Projeto de Lei que propõe reduzir em R$ 0,20 as passagens de ônibus de BH, Kalil classificou Nely de "inimiga pessoal".
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