O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), foi duro no parecer que condenou o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, o ex-procurador Deltan Dallagnol e o procurador João Vicente Romão a devolverem R$ 2,8 milhões gastos indevidamente com diárias e auxílios durante a operação "Lava Jato", que investigava crimes cometidos na Petrobras.
O caso tramita no TCU desde 2020 e o parecer de Bruno Dantas, pela condenação, foi aprovado de forma unânime na 2ª Câmara do Tribunal, nesta terça-feira (9).
Segundo o ministro, Dallagnol criou "um oásis administrativo capaz de duplicar o rendimento dos felizardos, através do pagamento de diárias, sem o escrutínio público".
Ainda conforme o parecer, sob comando de Deltan Dallagnol, o grupo de procuradores cresceu e viu os recursos necessários crescerem de forma inadequada com o aumento constante de gastos com diárias. "Subsiste, portanto, responsabilidade (de Deltan) pela adoção e perpetuação desse modelo, concebido para demandas temporárias e excepcionais", afirmou Bruno Dantas em seu voto.
Os acusados negam irregularidades no uso das verbas públicas. Ainda cabe recurso da decisão do TCU.
Nas redes sociais, Deltan Dallagnol afirmou que o Tribunal se juntou àqueles que pretendem condenar quem se dedica "arduamente ao combate à corrupção". "A 2.ª Câmara do Tribunal de Contas da União entra para a história como órgão que perseguiu os investigadores do maior esquema de corrupção já descoberto na história do Brasil", afirmou o ex-procurador.
O Hoje em Dia entrou em contato com Rodrigo Janot, mas ainda não recebeu resposta.
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