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O ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), pré-candidato ao governo de Minas Gerais, reafirmou que está trabalhando por uma aliança formal com a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas próximas eleições. “O que não quero é ir sem mão dada, sem aliança, porque isso tecnicamente prejudica uma campanha”, disse Kalil nesta manhã de quarta-feira (11) em sabatina promovida pelo Uol. Segundo ele, há uma vontade recíproca pela construção do palanque unindo as campanhas dele e de Lula em Minas. “Lula disse que interessa a aliança com Kalil e o Kalil tá falando aqui pro Brasil inteiro que interessa a aliança com Lula”, declarou, falando na terceira pessoa.
A fala de Kalil se deu em razão do impasse na construção do palanque unificado em Minas. O principal imbróglio envolve a vaga de senador. Enquanto o PSD bateu o martelo em defesa da reeleição do senador Alexandre Silveira - que é também presidente da sigla em Minas e secretário geral do PSD nacional -, o PT defende que o candidato ao Senado seja o deputado federal petista Reginaldo Lopes. A chapa tem ainda a vaga de vice, que por enquanto está reservada para outro político do PSD, o deputado estadual Agostinho Patrus, presidente da Assembleia Legislativa de Minas.
Mas, para Kalil, um acordo será fechado. “Nós queremos caminhar em um palanque único. A tendência é de palanque único. Vai ser resolvido? Sim, vai ser resolvido”, comentou. Conforme Kalil, entretanto, as posições dele e de Silveira estão fechadas. “O que está definitivamente resolvido, até conversamos ontem, eu e o Alexandre [Silveira], é que o Kalil apoia o Alexandre e o Alexandre apoia o Kalil. Isso tá resolvido”, detalhou, sem, entretanto, citar o nome de Patrus, indicado para a vice.
Apesar do imbróglio envolvendo PT e PSD na formação do palanque, Kalil atribuiu aos seus adversários as manobras visando inviabilizar a aliança. “Há um esforço muito grande, tanto do governador [Romeu Zema] e do presidente da República [Jair Bolsonaro] em tentar minar essa aliança”, acusou. “Temos aqui um governador que foi abraçado e carinhado com o Bolsonaro e tem uma visão de política, de estado e de país como o Bolsonaro. Eu tenho uma visão humana como o presidente Lula”, afirmou.
Kalil emendou: “Não adianta fofoquinha, aqui em BH tem muita. Porque quem entende de Bolsonaro é o Romeu Zema. Nós [Kalil e Lula] somos camaradas, amigos. Nós temos muita coisa em comum. Somos humanistas, a favor da vacina, não pode comer osso”, disse.
Perguntado se ele e Lula ainda se encontrarão por esses dias, já que o líder petista está cumprindo agenda em Minas Gerais, Kalil disse que está “à disposição”. “Estou à disposição do presidente Lula. Não sei se ele vai direto ou se volta a BH, disse. Lula está hoje em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Ele chegou a Minas na segunda-feira e participou do lançamento da pré-candidatura de Reginaldo Lopes ao Senado. Ontem, Lula cumpriu agenda em Contagem. Segundo jornalistas do Uol informaram na sabatina, dirigentes do PT disseram que estão tentando um encontro entre Lula e Kalil ainda nesta quarta-feira.
Em sua passagem por Belo Horizonte, eles não se encontraram, o que alimentou no noticiário a interpretação de que Kalil teria “dado o bolo” em Lula. Na sabatina, Kalil rebateu o que chamou de “uma brincadeira”. “Pelo tamanho do presidente Lula, ninguém dá bolo. Isso me incomodou porque, além de parecer esnobe, é mal-educado. Não houve nada marcado, então não houve bolo”, declarou.
Kalil foi o primeiro pré-candidato ao governo a participar da sabatina do Uol. O projeto prossegue amanhã com o pré-candidato do PDT, o ex-deputado federal Miguel Corrêa, às 10h, e o tucano Marcus Pestana, às 16h. O senador Carlos Viana (PL) será entrevistado na sexta. O atual governador, Romeu Zema (Novo), não aceitou o convite. Segundo justificativa da sua assessoria de imprensa, "nossa liderança e assessoria continuam achando que não é momento para participar”. Ao Hoje em Dia, a coordenação estadual do Novo em Minas respondeu que Zema não participaria da sabatina porque "não houve disponibilidade de agenda".
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