Eleições 2022

União Brasil sofre debandada na janela partidária; PL foi o que mais cresceu

Hermano Chiodi
hcfreitas@hojeemdia.com.br
29/03/2022 às 15:48.
Atualizado em 29/03/2022 às 15:55
 (Daniel Protzner/ALMG)

(Daniel Protzner/ALMG)

A três dias do fim da janela partidária de 2022, o balanço parcial das trocas de siglas apontam que o União Brasil foi a sigla que mais perdeu parlamentares, enquanto o PL foi o que mais cresceu. O prazo para que parlamentares troquem de legenda sem risco de perder o mandato termina nesta sexta-feira, dia 1º de abril.

Até agora, o União Brasil (UB), criado a partir da junção do DEM com o PSL, perdeu 28 deputados federais. Também em Minas Gerais o União Brasil foi o partido que mais perdeu deputados estaduais, com 4 baixas na bancada estadual.

Formalizado na Câmara no dia 23 de fevereiro, o União Brasil nasceu como “partido gigante”. Com 81 deputados, a bancada ficou distante do segundo colocado, o Partido dos Trabalhadores (PT), que tem 53 deputados, e quase o dobro do terceiro colocado, o Partido Liberal (PL) que tinha 43 parlamentares.

A maioria seguiu os passos do presidente Jair Bolsonaro (PL), eleito no PSL, mas que largou o partido após disputas internas. Após dois anos sem filiação, Bolsonaro se filiou em fevereiro ao PL, presidido nacionalmente pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP).

Com a chegada dos deputados vindos do União Brasil, o PL se tornou a maior bancada da Câmara, somando atualmente 66 deputados, segundo os dados oficiais do Legislativo federal. A segunda colocação agora é do União Brasil, com 54 federais. O PT caiu para terceira maior bancada, com 53 deputados.

Em Minas, PSDB pode perder mais da metade da bancada

Vivendo disputas internas por causa da indicação do governador de São Paulo, João Doria, à disputa presidencial e sem uma chapa definida aos cargos majoritários em Minas Gerais, o PSDB perdeu apenas dois deputados federais: Mara Rocha (AC) e Rose Modesto (MS).

Mas em Minas Gerais o cenário é diferente, já que a legenda corre o risco de perder a metade da bancada de deputados estaduais que foi eleita em 2018. Cogita-se que até o líder do governo de Romeu Zema (Novo) na Assembleia, Gustavo Valadares, pode deixar o ninho tucano nesta janela partidária, mas ainda sem destino definido. Tito Torres e Antônio Arantes também podem deixar o PSDB. Eleito em 2018, João Vítor Xavier já tinha deixado a legenda em 2019 e migrado para o Cidadania, legenda pela qual disputou a Prefeitura de Belo Horizonte em 2020. O sétimo estadual, Luís Humberto Carneiro, faleceu em abril do ano passado, e a sua vaga foi preenchida pelo suplente Arnaldo Silva, do União Brasil. Desta forma, se confirmadas as saídas previstas, dos 7 deputados estaduais eleitos pelos tucanos, apenas 2 continuarão na legenda: João Leite e Dalmo Ribeiro.

No rastro de Bolsonaro, PL cresce na ALMG

Na Assembleia Legislativa, as mudanças provocadas pela janela partidária também tiveram maior impacto na base do presidente Bolsonaro, com o PL se tornando a legenda que mais recebeu deputados estaduais. 

Bruno Engler, até então no PRTB, e Bartô, que se elegeu pelo Novo e estava sem partido, se filiaram ao PL de Jair Bolsonaro. Além deles, o partido recebeu os deputados Coronel Sandro e Coronel Henrique, eleitos pelo PSL.

Existe ainda a expectativa de que o PL receba a deputada Delgada Sheila, eleita no PSL e ainda vinculada ao União Brasil, e o deputado Antônio Arantes, do PSDB.

Mudanças na bancada mineira na Câmara

Nas eleições de 2018, o PL elegeu apenas 1 deputado estadual, Léo Portela, que permanece no partido. Na janela partidária, o partido irá receber 5 deputados federais, entre eles o ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio - que foi o mais votado nas últimas eleições, quando era filiado ao PSL, e chega ao PL com a intenção de disputar a eleição para o Senado.

Além dele, o PL mineiro deve receber Eros Biondini, que saiu do Pros. E ainda Cabo Junio Amaral, Charlles Evangelista e Léo Motta, que saíram do PSL para acompanhar Bolsonaro no PL. Alê Silva também deixou o PSL, mas seguiu rumo diferente e se filiou ao Republicanos.

Com essa migração, o PSL, que elegeu a segunda maior bancada em 2018, com 6 deputados, termina a legislatura com apenas 1 deputado federal, o delegado Marcelo Freitas, que preside o partido em Minas.

Entre os deputados federais existe ainda uma outra mudança esperada, o deputado federal Júlio Delgado (PSB) deve trocar de legenda.

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